ADORAÇÃO ALÉM DO VÉU

ADORAÇÃO ALÉM DO VÉU



aproximemo-nos, com sincero coração, em plena certeza de fé, tendo o coração purificado de má consciência e lavado o corpo com água pura. - Hebreus 10.22

Precisamos entender com clareza a revelação do Espírito Santo, sobre o que significa a adoração no Santo dos Santos. Eliminemos todo o conceito humano, todo ritualismo carnal, todo entendimento antigo e obsoleto de culturas religiosas tradicionais, cativas de estruturas mentais pré-estabelecidas. Para tanto, vamos até à Bíblia e vejamos a vida de adoradores aprovados. 

1. O SACRIFÍCIO DE ABRAÃO

“Ao terceiro dia, levantou Abraão os olhos, e viu o lugar de longe. Disse Abraão a seus servos: Ficai aqui com o jumento, eu e o rapaz iremos até lá e, havendo adorado, voltaremos a vós” (Gênesis 22.4-5). Abraão subiu no monte Moriah para entrar no Santo dos Santos da adoração, onde não havia palco, nem holofotes, nem ninguém para aplaudi-lo ao oferecer seu sacrifício de adoração. Ele subiu para entregar a sua benção recebida de Deus, promessa pela qual ele passara toda sua vida esperando. A maior promessa que Deus lhe fizera, pois tudo mais, dependia e convergia para ela. Tudo o que ele tinha estava ali: Isaque que nos traz a revelação da adoração a nível de corpo oferecido a Deus (veja Romanos 12.1). O terceiro dia nos fala de um chamado mais alto no caminhar de fé obediente em adoração a Deus. “...ao terceiro dia nos ressuscitará, e viveremos diante dele.” (Oseias 6.2). 

Portanto, o Monte Moriah é um lugar de adoração obediente que tipifica o Calvário do Filho de Deus. Uma dimensão de adoração sacrificial, no Santo dos Santos, onde entramos como verdadeiros adoradores e assim, nos tornamos amigos de Deus. “A quem elegi descendência de Abraão, meu amigo” (Isaías 41.8 cf. João 15.14-16).

2. O TABERNÁCULO DE MOISÉS

O modelo ou padrão dado pelo Senhor a Moisés no Monte Sinai, para o Tabernáculo do deserto (Êxodo 25.40) tinha três dimensões: o Átrio exterior, o lugar Santo e o Santo dos Santos. Esse tabernáculo era a sombra do verdadeiro Tabernáculo (Hebreus 9), o qual somos nós. O Tabernáculo Mosaico revela nosso crescimento em Cristo (Efésios 4.13), onde a alma humana se curva ao Seu senhorio. “A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador”

(Lucas 1.46,47). O Átrio exterior representa a experiência inicial da nossa regeneração espiritual (João 3.7), tipificado na Festa de Páscoa. O lugar Santo representa o penhor da nossa herança espiritual (Efésios 1.14), tipificada na experiência de Pentecoste pelo batismo no Espírito Santo. O Santo dos Santos, fala-nos da nossa intimidade com Deus expresso em adoração espiritual, tipificada na Festa dos Tabernáculos. Um lugar na dimensão além do véu, isto é, além da carne, onde buscamos Sua face (Sua Natureza), e não apenas Suas mãos (Suas obras). O foco total é nossa intimidade com Deus, onde conversamos com Ele face a face. “E falava o Senhor a Moisés face a face, como qualquer fala com o seu amigo” (Êxodo 33.1).

3. O TABERNÁCULO DE DAVI

“Depois disto voltarei, e reedificarei o tabernáculo de Davi, que está caído, levantá-lo-ei das suas ruínas e tornarei a edificá-lo” (Atos 15.16). O Tabernáculo de Davi foi estabelecido logo após ele ter sucedido Saul como rei. A Arca da Aliança que representava a presença e o poder de Deus, que havia sido capturada pelos filisteus, retornou a Quiriate-Jearim, onde ela permaneceu na casa de Abinadabe (1Samuel 4.1 e 7.1). Davi desejava a presença manifesta de Deus com ele e com o povo de Israel, então procurou levar a Arca para Jerusalém e colocá-la numa tenda no Monte Sião (2Samuel 6, Crônicas 13 e Crônicas 16).

Anteriormente à sua captura, a Arca havia sido alojada no Tabernáculo de Moisés, localizado na câmara interior chamada de Santo dos Santos. Lá não era permitida a entrada de ninguém, exceto o Sumo-sacerdote, que só podia adentrar uma vez por ano, tendo de salpicar o sangue de um cordeiro sobre o propiciatório, que cobria a arca (Hebreus 9.1-7). O Tabernáculo de Davi marcou a continuidade no propósito de Deus para a adoração no meio do Seu povo, sem violar o espírito da lei de Moisés. Davi cultivou um nível espiritual de intimidade e adoração contínua diante de Deus. Daí, ser chamado de homem segundo o coração de Deus “Achei Davi, filho de Jessé, homem segundo o meu coração, ele fará tudo conforme a minha vontade” (Atos 13.22).

Adorar é demonstrar a Deus que O amamos e que Ele é mais importante para nós do que todas as coisas, do que tudo que Ele possa nos dar como herança. Adorar é ir além do véu, além do que é esperado por nós. Adorar é não negar a entrega da promessa que Deus nos deu, é abrir mão do direito legítimo de sermos proprietários da promessa cumprida na nossa vida. Adoração é também, tudo que nós entregamos a Deus, sem esperar qualquer recompensa. Adoração é o reconhecimento de que somos apenas mordomos e que  somente o Senhor Jesus Cristo é O dono de tudo!

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