TABERNÁCULOS A FESTA DO EMANUEL: O Deus que habita em nós!



 @p. Jota Moura Rocha

“Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho e lhe chamará Emanuel”

(Isaías 7.14)

A data de 25 de dezembro é bastante improvável – para dizer o mínimo – como data do nascimento de Jesus. O relato diz: “Ora, havia naquela mesma comarca pastores que estavam no campo, e guardavam durante as vigílias da noite o seu rebanho”. (Lc 2.8). Sabemos que no hemisfério norte, o mês de dezembro cai exatamente no inverno, e que portanto, faz bastante frio. Bastaria o fato  dos pastores estarem no campo com seus rebanhos, para descartarmos completamente a data de 25 de dezembro, como dia do nascimento de Jesus. Contudo, outros fatos concorrem para tornar essa data improvável. Um deles, é que César Augusto não iria convocar o povo para um recenseamento durante o inverno, sabendo que muitas pessoas seriam impedidas de viajar devido os rigores do frio (leia Lc 2.1). 

1. O TESTEMUNHO DA HISTÓRIA

Estudando a história da Igreja, vemos que durante mais de trezentos anos, o nascimento do Senhor Jesus foi comemorado em diferentes datas. Em alguns lugares era comemorado a 6 de janeiro, em outros a 25 de março e em outros no mês de maio. Em 354 d.C. o Papa Júlio I de Roma decretou que o povo católico o celebrasse em 25 de dezembro. Ele escolheu esta data porque o povo de Roma já a observava, como dia da Festa de Saturno. Nesse mesmo ano o Calendário de Philocalus apresentava pela primeira vez o 25 de dezembro como data do nascimento de Jesus. Contudo, ela só foi fixada definitivamente em 440 d.C., a fim de cristianizar grandes festas pagãs realizadas nesse dia. A festa do Mitraísmo, religião persa que se rivalizou com o Cristianismo nos primeiros séculos, celebrava o Natalis Invicti Solis (Nascimento do Sol Vitorioso) e várias outras festividades decorrentes do solstício de inverno, como a Saturnália em Roma e os cultos solares entre os celtas e os germânicos. 

2. ACULTURAÇÃO PAGÃ NA IGREJA

A tentativa de cristianizar cultos pagãos, mostra como o clero corrupto da Idade das Trevas, corrompeu o Cristianismo. Esse processo se estendeu desde o imperador Constantino até a Idade Média, quando não houve uma conversão do povo, mas um sincretismo, o menos traumático possível pela aculturação religiosa. Portanto, a cristianização do 25 de dezembro como data do nascimento de Jesus, favoreceu que o mundo todo continuasse a celebrar uma festa pagã do “São Nicolau“ até os dias de hoje! Não devemos “mudar a verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a criatura, em lugar do Criador” (Romanos 1.25).

3. O TESTEMUNHO DA BÍBLIA

Vamos voltar às origens bíblicas e comemorar o nascimento de Cristo da maneira como a Bíblia o determina. Quando os estudiosos romanos criaram o Calendário Gregoriano, por ordem do Papa Gregório XIII, em 1.582, cometeram alguns erros. O intuito deles era contar a era cristã a partir do Advento de Nosso Senhor Jesus Cristo. Contudo, devido a erros de cálculos que mais tarde se verificaram, houve uma diferença de quatro anos nesses cálculos. O resultado é que modernamente, dá-se o ano 4 a.C. como o verdadeiro ano do nascimento de Jesus Cristo. Outrossim, Se fizermos um estudo bíblico sobre "O turno de Abias" cumprido por Zacarias pai de João Batista, dá para concluir que o nascimento de Jesus coincide com a Festa dos Tabernáculos (leia Lc 1.5-9). Deixemos de lado todas as tradições pagãs babilônicas e nos apeguemos à verdade inarredável de que Jesus não nasceu a 25 de dezembro, mas sim durante a Festa dos Tabernáculos, no sétimo mês do calendário judaico – isto é, a 4 de outubro do ano 4 a.C..     

4. O SIGNIFICADO DE TABERNÁCULOS

A nossa pesquisa para determinar a data do nascimento de Jesus, nos levou a fazer uma pequena incursão no Novo Testamento na língua grega origi­nal em que foi escrito. No Evangelho de João 1.14, lemos: “E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós”. A palavra grega traduzida como “habitou” é um verda­deiro neologismo criado por João, pois não se relaciona com “casa”, “habi­tação” ou “morada”, mas com “Tabernáculo”. Trata-se da palavra Eskenosen, pretérito de um verbo criado a partir do substantivo Sken, que significa “tenda, tabernáculo”. Portanto, esse versículo ficaria melhor tra­duzido se fosse assim: “E o Verbo se fez carne, e tabernaculou entre nós”. O evangelista João não usou esta palavra por acaso. Além de demonstrar com ela que Jesus tão somente peregrinou em um corpo humano durante trinta e três anos, e não habitou nele permanente­mente, mas simplesmente “tabernaculou”. Isso dá a entender que existe uma ligação umbilical entre o nascimento de Jesus e a Festa dos Tabernáculos. Yeshua Hamashia, Jesus o salvador é o Emanuel prometido, o Deus que habita em nós! Amém.

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