A VIDA SOB DIMENSÃO PROFÉTICA - @P. JOTA MOURA ROCHA
“Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas,
nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas,
pelo qual também fez o universo” Hebreus 1.1,2.
A Bíblia apresenta Jesus como profeta no sentido de que Ele é a revelação máxima de Deus ao mundo. Como profeta, Jesus comunica a verdade divina e revela o Pai à humanidade. Então, sem o ministério profético de Cristo, não haveria o conhecimento do Emanuel. Pois, Ele próprio é o Verbo encarnado de Deus (João 1.14). Por isso Jesus como profeta é a suprema revelação de Deus ao mundo. Muitas pessoas também pensam que o ofício de Jesus como profeta ficou apenas restrito ao seu ministério terreno. Mas o correto é entender que a função profética do Filho de Deus é anterior à sua encarnação e também é posterior à sua ascensão, ou seja, continuará ativa até o fim.
1. Jesus como profeta está acima de qualquer profeta
A vinda de Cristo à terra como profeta foi cumprimento de profecias registradas na Escritura Sacra. No Pentateuco, temos a profecia de Moisés: “O Senhor teu Deus te levantará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, como eu; e Ele ouvireis” (Deuteronômio 18.15). No Novo Testamento, o apóstolo Pedro interpretou essa profecia, como uma referência direta ao ministério profético de Jesus Cristo: “Disse na verdade, Moisés: O Senhor Deus vos suscitará dentre vossos irmãos um profeta semelhante a mim; a ele ouvireis em tudo quanto vos disser“ (Atos 3.22).
Durante o ministério terreno de Jesus, por várias vezes Ele foi identificado como profeta. A mulher samaritana declarou: “Senhor, vejo que és profeta” (João 4.19). As multidões em Jerusalém, na ocasião da entrada triunfal do Senhor Jesus disseram: “Este é o profeta Jesus, de Nazaré da Galileia” (Mateus 21.11). O próprio Jesus falava de si mesmo como profeta: “E escandalizavam-se nele. Jesus, porém, lhes disse: Não há profeta sem honra, senão na sua terra e na sua casa“ (Mateus 13.57). Realmente muitas pessoas reconheceram Jesus como um grande profeta, mas falharam em entender que quem estava diante delas não era qualquer profeta. Era o Profeta por excelência. A maioria daquelas pessoas não compreendeu o verdadeiro caráter do Senhor Jesus Cristo e de sua obra.
Quando Jesus perguntou aos seus discípulos, quem as pessoas diziam que Ele era. A resposta foi que as pessoas realmente diziam que Jesus era um profeta; talvez João Batista, Elias ou Jeremias (Mateus 16.14). Mas essa não era a resposta certa. A resposta correta foi aquela dada pelo apóstolo Pedro, mediante a revelação do Pai: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mateus 16.16).
2. Diferença entre Jesus e os outros profetas
Fica muito clara a diferença entre Cristo como profeta e os profetas da antiga dispensação. Estes proclamavam a Palavra de Deus; mas Jesus Cristo, Ele próprio, é a Palavra encarnada de Deus. Como explica R. C. Sproul: Jesus não é somente o sujeito da profecia; Ele é o principal objeto da profecia. Nesse mesmo sentido, M. Erickson diz que, o que Cristo fazia era literalmente uma demonstração, não apenas um pronunciamento da verdade e da realidade divina.
Isso confirma a afirmação bíblica de que Jesus Cristo é a revelação final de Deus ao mundo. A Bíblia diz que “ninguém jamais viu a Deus, mas o Deus Unigênito, que está junto do Pai, o tornou conhecido” (João 1.18). O escritor de Hebreus fala de forma muito clara sobre isso, ao afirmar que: “nos tempos passados Deus falou de muitas maneiras aos pais pelos profetas, mas nestes últimos dias falou-nos por meio do Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas e por meio de quem fez o universo” (Hebreus 1.1,2).
3. Jesus Cristo é o Profeta eterno
O apóstolo João fala de Cristo como o eterno Verbo de Deus, através do qual foram feitas todas as coisas; e completa: “Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens” (João 1.4). O ministério profético de Jesus Cristo não é uma continuidade do ministério dos profetas do Antigo Testamento, mas antes, é sua base fundamental. Por isso o apóstolo Pedro escreve que os profetas dos tempos do Antigo Testamento profetizaram pelo Espírito de Cristo que estava neles (leia 1Pedro 1.10-12).
Da mesma forma que o ministério profético de Jesus é anterior à Sua encarnação, esse ministério continua ativo até hoje; agora principalmente através da Sua -Igreja. Foi o próprio Senhor Jesus quem prometeu: “Aquele que crê em mim fará também as obras que tenho realizado. Fará coisas ainda maiores do que estas, porque eu estou indo para o Pai” (João 14.12). Pedro também escreve que a missão dos redimidos é anunciar as obras d’Aquele que os chamou, das trevas para sua maravilhosa luz (1Pedro 2.9).
Nos dias de Moisés, ele também vaticinara: “Quem dera que todo o povo de Deus fosse profeta e que o Senhor lhe desse do Seu espírito” (Números 11.29). E o profeta Joel proclamou em alto e bom som: “Acontecerá nos últimos dias, que derramarei do meu Espírito sobre toda carne, vossos filhos e filhas profetizarão...” (Joel 2.28). Portanto, quando os crentes proclamam a verdade do Evangelho ao mundo, Cristo está continuando sua obra profética de revelação do plano perfeito do Pai: “Se alguém quiser fazer a vontade dele, conhecerá a respeito da doutrina, se ela é de Deus ou se eu falo por mim mesmo“ (João 7.17). Além do mais, seu ofício como profeta alcançará seu cumprimento pleno e final na ocasião de sua grande revelação em sua segunda vinda, onde “nós o veremos assim como Ele é” (1João 3.2; cf. 1Coríntios 13.12).
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