CRISTO O CORDEIRO PASCAL @p. Jota Moura Rocha
CRISTO O CORDEIRO PASCAL
“Porque a nossa Festa da Páscoa está pronta, agora que Cristo, o nosso Cordeiro da Páscoa, já foi oferecido em sacrifício” (1Corintios 5.7b - NTLH)
A Páscoa é a principal festa bíblica. Sua origem remonta aos tempos do Antigo Testamento. Uma festa familiar, celebrada entre os israelitas, para recordar a libertação das aflições sofridas, durante o cativeiro egípcio. A instituição da Páscoa se deu na noite em que o povo de Deus, saiu apressadamente do Egito, sob o comando de Moisés, rumo à Terra Prometida (Êxodo 12.1-11).
1. ORIGEM DA CELEBRAÇÃO
1) No Antigo Testamento - Todas as famílias israelitas foram orientadas por Moisés, a que preparassem para aquela noite, um cordeiro assado, o qual deveria ser comido em família. O termo “páscoa” vem do hebraico pessach e significa “passagem”. Uma alusão à passagem do anjo que, naquela noite fatídica, feriu os primogênitos egípcios, poupando porém, as casas dos israelitas “marcadas com o sangue do cordeiro, nas vergas e ombreiras das portas” (Êxodo 12.12-28). O sangue do cordeiro era o sinal para que o anjo do Senhor passasse além das casas israelitas, poupando-as (Hebreus 11.28).
2) O Novo Testamento - faz uma releitura da Páscoa e aponta Jesus como sendo o Cordeiro pascal. João Batista ao ver Jesus junto ao Jordão disse: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!” (João 1.29). O apóstolo Pedro afirma que: “fomos resgatados pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo” (1Pedro 1.19).
2. A PERSPECTIVA CRISTÃ
1) A Páscoa é o sacrifício de Cristo - pois Ele derramou Seu precioso sangue na cruz, para livrar da condenação do pecado a todos os que Nele creem. Pois, “todos pecaram e carecem da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus, a quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação, mediante a fé” (Romanos 3.21-26).
2) Para nós cristãos convertidos - a Páscoa é a celebração do sacrifício de Cristo, nosso Cordeiro pascal, cujo corpo foi entregue e cujo sangue foi vertido, por causa dos nossos pecados. Ela é ainda, a celebração da ressurreição de Cristo e da redenção que há somente n’Ele. Assim, grande parte dos evangélicos celebram a ressurreição de Cristo no lugar da Páscoa. Nós porém, por não sermos antissemitas, celebramos a Páscoa Cristã seguindo a recomendação apostólica de Paulo: “Pelo que celebremos a festa (Páscoa), não com o velho fermento, nem com o fermento da maldade e da malícia, mas com os asmos da sinceridade e da verdade” (1Corintios 5.8).
3. MEDIADOR DA NOVA ALIANÇA
1) O Sangue de Cristo vertido na Cruz do Calvário - é agora o sangue da Nova Aliança entre Deus e a humanidade, já que na Antiga Aliança, Israel foi incapaz de cumprir a Lei Divina. Os sacrifícios de animais já não eram mais agradáveis ao Senhor, a purificação pelos pecados havia se tornado mais um cerimonial religioso, um ritual mecânico. O ser humano pecava e não se arrependia verdadeiramente em seu coração. Assim seus sacrifícios eram vãos.
2) Remissão de pecados só com derramamento de sangue - “Com efeito, quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e sem derramamento de sangue, não há remissão” (Hebreus 9.22). O único sangue capaz de atender completamente a essa exigência, é o sangue de Cristo “...o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça“ (1João 1.7b,9). Podemos considerar que esta foi a maior transfusão de sangue já realizada no mundo.
4. A PROTEÇÃO DO SANGUE
1) O sangue de Jesus não só nos purifica do pecado - é também o batimento cardíaco da vida, a Palavra de Deus ativa. É o fio que percorre toda a Bíblia, amarrando-o em um todo abrangente. Assim como, “A vida da carne (biológica) está no sangue” (Levítico 17.11); a vida eterna emana do Sangue do “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (João 1.29).
2) O cristão desfruta de proteção - quando cultiva vida espiritual e comunhão com Deus para que saiba utilizar esse recurso extraordinário, que o Senhor colocou à sua disposição: o sangue de Jesus “Eles, pois, o venceram por causa do sangue do Cordeiro e por causa da palavra do testemunho que deram e, mesmo em face da morte, não amaram a própria vida” (Apocalipse 12.11). O sangue de Jesus tem sido frequentemente apenas uma doutrina na qual a Igreja crê, mas não tem sido uma doutrina vivida. Por não viver essa doutrina, o cristão e a Igreja tem deixado de receber muitas bençãos, que são concedidas apenas mediante o poder do sangue do Senhor Jesus Cristo.
5. A CEIA DA NOVA ALIANÇA
1) Na Antiga Aliança o cordeiro apontava para Jesus - que ainda estava para vir; mas na Nova Aliança comemos o pão lembrando-nos de Jesus que já veio, e com expectativa daquela grande ceia que haverá no Reino de Deus. Somos um povo que ainda não entrou plenamente na sua herança, mas que está caminhando para tomar posse dela. Por isso, devemos comer do pão e beber do vinho juntos, em memória de Cristo. Ele disse: “Fazei isto em memória de mim”. A Antiga Aliança acabou, agora já entramos na Nova Aliança com Deus em Cristo Jesus.
2) A Santa Ceia celebra a Nova Aliança - “A seguir tomou (Jesus) um cálice e, tendo dado graças, o deu aos discípulos, dizendo: Bebei dele todos; porque isto é o meu sangue, o sangue da nova aliança, derramado em favor de muitos, para remissão de pecados” (Mateus 26.27,28). “Não por meio de sangue de bodes e de bezerros, mas pelo seu próprio sangue, entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, tendo obtido eterna redenção... muito mais o sangue de Cristo que, pelo Espírito eterno, a si mesmo se ofereceu sem mácula a Deus, purificará a nossa consciência de obras mortas para servirmos ao Deus vivo” (Hebreus 9.12,14)! “...sabendo que não foi mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados do vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram, mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeitos e sem mácula, o sangue de Cristo...” (1Pedro 1.18,19). “... e da parte de Jesus Cristo, a fiel testemunha, o primogênito dos mortos, e o soberano dos reis da terra. Aquele que nos ama, e pelo seu sangue nos libertou dos nossos pecados...” (Apocalipse 1.5). Amém.
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