MITOS QUE MATAM O EVANGELISMO NA IGREJA @Ap. Jota Moura Rocha

MITOS QUE MATAM
O EVANGELISMO NA IGREJA

@p. Jota Moura Rocha

“E que em seu nome (Jesus) se pregasse arrependimento para remissão de pecados a todas as nações, começando de Jerusalém. Vós sois testemunhas destas coisas” (Lucas 24.47-48).

Mesmo que as palavras “mito” e “evangelização” não se coadunem, não podemos negar a existência de alguns pensamentos acerca da missão da Igreja, que já se transformaram no decorrer dos séculos em verdadeiros mitos. O que por serem mitos, devem ser bem compreendidos. Realmente, existem muitos elementos míticos na visão da Igreja, tanto em nossos métodos ou em nossa motivação evangelística. Temos criado e crido em determinados conceitos que têm sido realmente desastrosos, no âmbito de todas as Igrejas. Dentre tantos outros que podemos destacar como mais comuns, os seguintes mitos circulantes. 

1. O MITO DA VERBALIZAÇÃO DO EVANGELHO

Muitos entendem que pregar o Evangelho, ou “evangelizar”, é a simples transmissão da Palavra escrita na Bíblia. Como é lamentável observar cristãos e igrejas satisfeitos e dando sua tarefa por cumprida, pelo fato de terem distribuído folhetos, evangelhos, porções bíblicas, novos Testamentos e etc. Falta a “encarnação  do Verbo da Vida” para que a dinâmica da regeneração espiritual seja contagiante. A primeira grande necessidade dos membros da Igreja é de um despertar evangelístico em termos de Igreja ou comunidade, desmistificando a fé e a pregação do evangelho.

2. O MITO DA ESPIRITUALIZAÇÃO DE COISAS MATERIAIS

Na linguagem de muitos pregadores, ensina-se sobre: prosperidade, libertação de demônios, cura de enfermidades e milagre como se isso significasse salvação eterna e reconciliação com Deus. Tudo isto, faz parte dos sinais que devem acompanhar a pregação do evangelho. Mas não podem ser considerados substitutivos da mensagem do “novo nascimento” que devemos vivenciar no nosso dia-a-dia na ação  missiológica da Igreja. 

3. O MITO DO DUALISMO MANIQUEÍSTA

Dualismo é um conceito religioso e filosófico que admite a coexistência de dois princípios necessários, de duas posições ou de duas realidades contrárias entre si, como o espírito e matéria, o corpo e a alma, o bem e o mal, e que estejam um e outro em eterno conflito. É comum a interpretação de que o mundo está dividido em dois reinos: o de Deus e o do diabo. O de Deus é o espaço ocupado pela Igreja, ou ainda pela denominação religiosa a que pertencem. O diabo é o resto. 

Alguns entendem que a Igreja deve trancar-se em seu reino particular, gozando das delícias do castelo, enquanto que aqueles que pertencem ao reino do diabo, aguardam o severo julgamento que virá sobre eles. Certo é que, o Evangelho de Cristo promete vida eterna aos que Nele creem e que  haverá um juízo final de prestação de contas e restauração da ordem universal pelo governo de Deus.

4. O MIGO DA ESPIRITUALIZAÇÃO DO SOFRIM,ENTO

A antiga ideia de que todo o sofrimento vem de Deus, e que por isso, devemos sofrer resignadamente, dando graças a Ele pelo privilégio de sofrer, pertencente às religiões orientais ratificadas pelo espiritismo. Infelizmente este mito tem encontrado eco no entendimento de muitos cristãos. Tal ideia, certamente aliena os cristãos da verdade evangélica, que ensina ter a evangelização como um dos seus objetivos, de libertar as pessoas e a comunidade, de tudo o que as escravizam. E pela Palavra do Evangelho, conduzi-las à plena comunhão com Deus e o próximo. 

5. O MITO DO REINO ESCASTOLÓGICO

Há cristãos e igrejas que vivem diuturnamente, apenas na esperança do reino futuro. Suas vidas, ações e mensagens, baseiam-se apenas naquilo que por certo virá na “plenitude dos tempos”. Vivem esperando o cumprimento dos eventos escatológicos e creem que evangelizar é pregar temas que amedrontam as pessoas. Entendemos que evangelizar, como parte da Missão Cristã, é encarnar o amor divino nas formas mais diversas da realidade humana, para que Jesus Cristo seja confessado como Senhor e Salvador, Libertador e Reconciliador. A evangelização sinaliza e comunica o amor de Deus na vida humana e na sociedade, através da adoração, proclamação, testemunho e serviço.

6. O MITO DOS DESIGREJADOS

Cresce no Brasil, o número daqueles que intencionalmente não se ligaram a uma Igreja ou que a deixaram. Afirmam que a institucionalização da Igreja, nada mais é do que um impreendimento humano de poder. Ideologicamente, encarnam o personalismo do anarquismo filosófico. Não é possível prescindir da Igreja, precisamos uns dos outros, da pregação da Palavra, da disciplina, dos sacramentos  e do culto regular para “crescermos na graça e no conhecimento do Senhor”. 

7. O MITO DA HIPER GRAÇA

A falsa teologia da hiper graça pode enganar muitos cristãos e leva-los a uma vida de pecado, sem arrependimento. Veja o que ela diz: “Venha como você está e permaneça como você quiser”. Aqui não vamos mexer com você, você faz as suas próprias escolhas e ninguém tem nada a ver com isso. Isso não é graça! A graça de Deus transforma, liberta e faz de você uma nova criatura. A hiper graça conduz você à escravidão, a permanecer no pecado e a viver com o pescoço na coleira do diabo. Esta graça é falsa, a verdadeira graça está em Jesus, o nosso Senhor. Um dos objetivos da evangelização é confrontar, o ser humano e as estruturas sociais com Cristo e o Reino por Ele proclamado, a fim de que as pessoas e a sociedade O confesse como Senhor, Salvador e Libertador, e as estruturas  escravisantes sejam transformadas segundo o Seu Evangelho. 







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