JESUS A VIDEIRA VERDADEIRA

 JESUS A VIDEIRA VERDADEIRA


@p. JOTA MOURA ROCHA
“sem mim nada podeis fazer” (Jo 15.5c)
A explanação natural da alegoria da videira verdadeira foi sugerida pela paisagem vista por Jesus quando deixou o Cenáculo em direção ao Getsêmani. Em seu caminho entre as vinhas com suas vides férteis e o fogo que crepitava pelos vales e consumia as vides cortadas, passou pela mente do Senhor, o simbolismo familiar do AT, sobre a parábola da vinha e o contraste da videira verdadeira, com a falsa videira (cf. Is 5.1-7; Ez 15.1-8). 

1. A VERDADEIRA VIDEIRA

Jesus é a videira verdadeira que se manifesta através da sua Igreja (cf. Cl 1.27), em oposição às não verdadeiras. A verdade ideal da qual a videira natural é uma figura cumpre-se Nele e na Sua Igreja (Jo 15.5). A videira era um símbolo da divina escolha de Israel (Os 10.1; Mt 21.33; Lc 13.6). Israel, ficou muito aquém do ideal, pois tornou-se uma videira que frutificava apenas para si mesma. Porém, Jesus veio como a verdadeira e graciosa Videira, em atendimento ao perfeito plano de Deus. 

2. A VIDEIRA E SEUS RAMOS

Quando Jesus disse “Eu sou a videira e vós sois os ramos”, não quis dizer que um estava separado do outro. Videira é um termo compreensível, que implica unidade na diversidade, como: raízes, tronco, ramos, folhas, gavinhas e uvas, os quais juntos, formam a videira. Cristo é tudo em todos. Ele é todas as coisas, e somos parte dele, vitalmente conectados a ele, como os ramos à videira. Separados dele somos inúteis. “Todo ramo em mim”, Cristo indica união e fecundidade (Jo 15.1-11; Cl 1.20-23). Sua vida através de nós produz fruto em santidade (Rm 6.22). Se temos aparência de ramos (confissão, mas não possessão), então não somos parte da Videira verdadeira, e servimos apenas para ser cortados e jogados fora.

3. O VITICULTOR E A COLHEITA

Deus o Pai é o Agricultor que limpa todo ramo que produz fruto, para que produza fruto melhor (Jo 15.2, Moffat). A videira diminui com a poda, no processo de limpeza. Mas ela é extremamente necessária, se temos a função de ramos frutíferos da Videira (Jo 15.6). Três escalas da frutificação são mencionadas: fruto, muito fruto, fruto permanente (Jo 15.2,5,8,16). Frutificação é a evidência de uma planta viva e saudável.

4. O TRONCO E SUAS RAÍZES

A raiz é inútil sem o caule; o caule, sem os ramos; os ramos, sem os frutos. A produção do fruto depende da seiva viva que flui por toda a videira através do caule e seus ramos. Os ramos não podem produzir frutos por si mesmos (v.4). Eles devem estar em união com o tronco da videira, a fim de receber constantemente a seiva fluente, para produzir frutos do amor e comunhão (Jo 15.12-17; Ef 4.25-32). Permanecer não exige esforço, mas descanso. Ao descansar no Senhor e viver numa comunhão intimamente relacionada, tornamo-nos ramos frutíferos. Conhecedores de seus mandamentos, obedeçamos e assim permaneceremos. Permaneceremos pela obediência a Ele que nos chama a segui-lo em todo o caminho. Obedecer-lhe é permanecer nele. Permanecer nele é obedecer seu novo mandamento.

5. A SEIVA E OS FRUTOS

A videira existe para frutificar; por isso, a sua seiva vital é muito importante. O Espírito Santo é a seiva divina, que possibilita a frutificação da Videira. As várias partes que formam a videira como um todo, falam da união e interdependência. “Se permanecerdes em mim, pedireis o que quiserdes” (v.5,7). Não há, realmente, conflito entre “permanecer” e “pedir”. Como ramos que permanecem no tronco da videira, devemos pedir a seiva, o elemento vital de que precisamos, para cumprirmos o propósito do Reino. Se pudéssemos ouvir um ramo falar, ele nos diria: “A cada momento eu preciso da seiva ou morrerei”. Permanecendo, pedimos apropriadamente, e recebemos porque o Espírito Santo nos ajuda a pedir, em harmonia com a vontade de Deus. Assim permanecemos em Jesus como nossa Fonte da Vida. Temos uma viva união com Jesus Cristo, pela habitação do Espírito Santo em nós que frutifica em vida e serviço. Diferentemente da Videira, não produzimos fruto; apenas sustentamo-lo. O verdadeiro fruto é do Espírito Santo: “Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio” (Gl 5.22,23). Permaneçamos conectados na Videira Verdadeira e assim frutificaremos sempre no Reino. Até que ELE venha!

Comentários

Postagens mais visitadas