O CRISTÃO E AS PANDEMIAS

 O CRISTÃO E AS PANDEMIAS

@p. JOTA MOURA ROCHA

A crise criada pelo novo corona vírus tem trazido pânico, sofrimento e, sobretudo, provocado inúmeras dúvidas sobre os comportamentos que devemos adotar durante esse período. Tendo em vista a quantidade de informações com as quais somos bombardeados nos telejornais e, principalmente, nas redes sociais, precisamos ter seletividade e bom senso para evitar a “pandemia da alma”. 

Em tempos de guerras de narrativas políticas, a verdade tem se tornado cada vez mais líquida, isto é, aquilo que é massivamente compartilhado, ainda que falso, se torna uma verdade. Por isso, no meio de tantas informações, corremos o risco de ser intoxicados por notícias falsas. O Brasil é um país religioso, onde a sociedade passa por uma crise sanitária e econômica sem precedentes na história. Assim, vejamos:

1. AS PANDEMIAS NA HISTÓRIA

Imagine que você nasceu em 1900. Quando você tem 14 anos, começa a 1a Guerra Mundial e termina quando você tem 18, com 22 milhões de mortos.

Logo depois aparece uma pandemia mundial, a gripe espanhola, que mata 50 milhões de pessoas. E você está vivo com 20 anos.

Quando você tem 29 anos, sobrevive à crise econômica mundial que começou com o colapso da Bolsa de Nova York, que causa inflação, desemprego e fome.

Quando você tem 33 anos, os nazistas chegam ao poder e aos  39, começa a 2a Guerra Mundial, que termina quando você tem 45 anos, deixando 60 milhões de mortos. Morrem no holocausto, 6 milhões de judeus.

Quando você tem 52 anos, começa a guerra da Coreia; ao chegar aos 64 anos, começa a guerra do Vietnã que termina quando você tem 75 anos.

Uma criança que nasceu em 1985 pensa que seus avós não sabem como é difícil a vida... No entanto, eles sobreviveram a tudo isso!

2. LUTERO E A PESTE NEGRA

Vejamos o conselho Pastoral de Martinho Lutero, durante a Peste Negra em 1527: Pedirei a Deus para, misericordiosamente, proteger-nos. Então farei vapor, ajudarei a purificar o ar, a administrar remédios e a tomá-los. Evitarei lugares e pessoas onde minha presença não é necessária, para não ficar contaminado e assim, porventura infligir e poluir outros, causando a morte como resultado da minha negligência .

Se Deus quiser me levar, ele certamente me levará e eu terei feito o que ele esperava de mim. Portanto, não sou responsável pela minha própria morte ou pela morte de outros. Se meu próximo precisar de mim, não evitarei o lugar ou a pessoa, mas irei livremente conforme declarado acima. O próprio Lutero colocou sua casa em quarentena, só por cautela, depois dela ter servido de hospital durante a peste. O princípio subjacente, porém, é amar o próximo. Ele declarou ainda: Um homem que não queira ajudar ou suportar os outros, só o fazendo se não puser em risco a própria segurança ou propriedade, jamais ajudará seu próximo. A piedade nada mais é do que servir a Deus. O serviço a Deus é, na verdade, o serviço ao nosso próximo. Ele tomava precauções, não abusando da fé, mas também servia ao próximo com coragem e sob grande risco pessoal. 

3. TEMPOS DE COVID-19

Hoje vivemos num mundo novo, em meio a uma nova pandemia. Muita gente reclama porque por vários meses devem ficar confinados em casa. Alguns com eletricidade, celular, comida, com água quente e um telhado seguro sobre a cabeça. Nada disso existia em outros tempos.

Porém, existem aqueles pobres   que pouco ou nada disso têm.

A humanidade tem sobrevivido a essas circunstâncias e não perdeu a esperança de viver. E assim, tem superado as crises que pareciam ser o fim da história humana. 

Uma mudança na nossa perspectiva de fé cristã pode gerar milagres. Vamos agradecer você e eu por estarmos vivos e vamos fazer tudo o que é necessário para nos proteger seguindo as medidas de prevenção da COVID-19.

Sejamos solidários uns com os outros, contribuindo com as campanhas humanitárias para ajudar aos necessitados e pobres.

Cuidemos com carinho, atenção e cuidados especiais daqueles que fazem parte do grupo de risco. Especialmente os idosos, que de alguma forma estão passando por tudo isso. Poucos valorizam os idosos. Quando chegam à velhice, especialmente os pais, são discriminados e pouco valorizados pelos filhos.

Dediquemos atenção e tempo de qualidade aos pequeninos, recuperando a convivência educativa sequestrada pelo ativismo exacerbado dos tempos pós-modernos. 

Enfim, “buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto.” Isaías 55.6. 

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