AS 7 PALAVRAS DE CRISTO NA CRUZ
@P JOTA MOURA ROCHA
“Tomaram, pois, a Jesus; e ele, carregando a sua própria cruz, saiu para o lugar chamado Caveira, que em hebraico se chama Gólgota, onde o crucificaram” - João 19.17,18a
Os Evangelhos levam-nos a analisar sete palavras que Jesus pronunciou quando foi pregado na cruz do Calvário. São sete frases curtas que devemos meditar para saber quem é Jesus e qual é o significado da sua morte pascal. Elas são de extrema importância e por isso devemos meditar nelas com fé e gratidão.
PRIMEIRA PALAVRA
“Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lucas 23.33-34). Esta primeira palavra é uma oração intercessória. Jesus Cristo, o Santo e Justo Filho de Deus, o Rei e Senhor enfrentou neste mundo corrompido pelo pecado, autoridades injustas o suficiente para o condenar à tortura da cruz, mesmo reconhecendo. Rejeitado pelo Seu povo, abandonado pelos Seus discípulos, os pregos trespassam as Suas mãos e Seus pés. Ele acaba de ser crucificado e todos zombam d’Ele. Da Sua boca santa não sai nenhuma reclamação, nenhum protesto, nenhuma ameaça, apesar do sofrimento atroz da crucificação. A graça brota dos Seus lábios: o Salvador busca o perdão do Seu Pai Celeste em favor do povo zombador.
SEGUNDA PALAVRA
“Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso” (Lucas 23.43). A segunda palavra de Jesus na cruz é uma promessa de salvação, feita pelo Juiz Supremo a um condenado. Jesus não o perdoou temporariamente, mas deu-lhe a paz eterna; não lhe deu uma vida continuada na terra, mas o reino de Deus e a ressurreição para viver uma nova vida no Paraíso.
Estes dois criminosos representam toda a humanidade culpada mas dividida em dois grupos, aqueles que pela fé vêm a crer em Jesus Cristo e aqueles que permanecem no seu pecado. O ladrão arrependido pela fé, ele chama esse homem crucificado de Senhor e pede que ele se lembre dele quando entrar no Seu reino. A graça de Deus fez uma obra maravilhosa no coração desse malfeitor. Jesus lhe promete: Hoje: que prontidão! Estarás: que certeza! Comigo: que companhia! No paraíso: que descanso!
TERCEIRA PALAVRA
“Mulher, eis aí o teu filho” e “Eis aí tua mãe” (João 19.26-27). Na terceira, Jesus confia carinhosamente a sua mãe viúva, aos cuidados do discípulo João. Como não ser tocado pelo cuidado e carinho que Jesus mostrou à mãe? Que delicadeza, apesar do ódio ao seu redor! Mas também que dignidade, pois Jesus continua o Senhor de sua mãe, assim como do seu discípulo. Apesar de Jesus estar em sofrimento e a morrer, ele não depende da bondade da sua família. Pelo contrário trata-se de um filho amoroso que tem em conta as necessidades futuras de sua mãe. É na companhia dos discípulos de Jesus que Maria encontrará um doce consolo, depois de tantas dores que lhe haviam sido premeditadas (Lucas 2.35).
QUARTA PALAVRA
“Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Mateus 27.46 e Marcos 15.34). Esta é uma palavra de importância real e de uma densidade imensa que permanece incompreensível para nós. Jesus Cristo, o Filho de Deus, sendo “santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores” (Hebreus 7.26), “que não cometeu pecado” (1Pedro 2.22) e em quem “não há pecado” (1João 3.5) sofre e é abandonado por Deus? Ninguém poderá jamais entrar na aflição de Jesus durante estas três horas de trevas. Cristo sofreu sob a mão de Deus por causa dos nossos pecados. Ele assumiu voluntariamente os nossos erros e concordou em sofrer o castigo que nós merecíamos. Sem estas horas de expiação, ninguém seria salvo.
QUINTA PALAVRA
“Tenho sede” (João 19.28). Na quinta palavra da cruz, depois de três horas de abandono, Jesus pede para beber. A sede é um dos tormentos físicos do sofrimento da cruz. As Suas feridas, a Sua luta moral, fazem com que Ele sofra de uma sede incandescente. Na cruz, como em toda a Sua vida, Jesus sempre fez a vontade de Deus. Ele teve que cumprir esta Escritura (Salmos 69.21). Ele é a rocha batida da qual brota a água espiritual de que precisamos todos os dias enquanto atravessamos o deserto deste mundo. Somente Ele possui e dá a água da vida que tira a sede para sempre (João 4.11,14).
SEXTA PALAVRA
“Está consumado” (João 19.30). “Tetelestai” palavra derivada do grego indicando que a dívida está totalmente paga. Tetelestai, agora Ele completou a missão do Pai, glorificando-O (João 17.4). As três horas de trevas terminaram. Jesus acabara de beber vinagre. Sua missão na terra chega ao fim. Quando encarnou, ele pode dizer: “Eis aqui venho para fazer, ó Deus, a tua vontade” (Hebreus 10.7). Tudo deriva do sacrifício na cruz: a salvação de cada crente, a formação da Igreja, o acesso ao Pai, a promessa de novos céus e nova terra “em que habita a justiça” (2Pedro 3.13). Esta sexta palavra é como a assinatura que Cristo coloca no texto do que Ele fez. A obra de Jesus na cruz é perfeita e acabada, não há nada a acrescentar, nem nada para remover. A nossa confiança na salvação eterna não pode descansar nas nossas ações, nem nos nossos méritos, nem em qualquer coisa que vem de nós mesmos, mas simplesmente no sacrifício de Jesus Cristo, perfeito, completo e aceite por Deus (veja Efésios 2.8-10).
SÉTIMA PALAVRA
“Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito” (Lucas 23:46). Esta última palavra de Jesus na cruz evoca toda a intimidade do amor e da comunhão entre Jesus e o Seu Pai. A expiação é cumprida, a questão dos nossos pecados é resolvida. Tendo abaixado a cabeça, Ele entrega o Seu espírito de volta ao Pai. Este é o ato final do Seu sacrifício voluntário. Muitas vezes o Novo Testamento nos diz que Jesus se entregou a si mesmo (Gálatas 2.20, Efésios 5.2,25, Tito 2.14). Ninguém tinha o poder de a tirar d’Ele (João 10.18), mas Ele ofereceu-a para que pudéssemos receber uma nova vida espiritual e eterna, confiando n’Ele. Ele destruiu por sua morte o poder do diabo que nos assustava (Hebreus 2.14). O pecado e o mal são vencidos na cruz. Ela é o culminar da sua vida de oração: “Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores” (1Timóteo 1.15). Amém!
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