O MINISTÉRIO DA MULHER NA IGREJA
O MINISTÉRIO DA MULHER NA IGREJA
@p. Jota Moura Rocha
“Não existe diferença entre judeus e não-judeus, entre prisioneiros e pessoas livres, entre homens e mulheres: pois todos vocês são um só, por estarem unidos com Cristo Jesus”. - Gálatas 3.28
O lugar e contribuição da mulher na Igreja provoca acurada pesquisa nas mentes e corações daqueles que aceitam as Escrituras Sagradas como autoridade final, em matéria de fé e conduta. O movimento feminista aumenta sua pressão e estuda com afinco esta questão. Tem crescido a cada dia o número de igrejas e denominações que reconhecem e ordenam diaconisas, pastoras e bispas para o ministério da Palavra e consideram a questão como sendo de liberdade de consciência, tornando o assunto cada vez mais intenso em suas discussões. Consideremos resumidamente o tema na perspectiva do Novo Testamento.
1. ATITUDE DE JESUS CRISTO
A atitude de Cristo, o homem perfeito que combateu o pecado, não conformou com o rígido modelo cultural de seus dias com respeito às atitudes para com os membros do sexo oposto. Ele se cercou da companhia de mulheres, com uma liberdade desconhecida dos mestres dos seus dias. No Evangelho de Lucas, Ele curou e falou em dez ocasiões com mulheres e em dezoito com homens. No Evangelho de João, há quatro encontros com homens individualmente, e quatro encontros com mulheres. Igualmente os discípulos se maravilharam de que Ele, estivesse conversando em público com a mulher samaritana. O Senhor deu para muitas mulheres a primeira revelação de que Ele era o Cristo. Naqueles dias, as mulheres não podiam ser ensinadas nas Escrituras e nem podiam ser testemunhas – mas Jesus comissionou Maria Madalena para ser a primeira testemunha da ressurreição e mensageira aos discípulos. No caso da mulher hemorrágica há doze anos, ele permitiu que ela o tocasse e falou com ela. Este foi um dos maiores rompimentos com a tradição religiosa dos seus dias, pois quando uma mulher ficava em seu ciclo menstrual, era tida como impura e ninguém podia tocá-la, segundo as leis cerimoniais. Jesus procurou dar às mulheres completa dignidade e liberdade como pessoas iguais da sociedade. Este ideal de valorizar cada indivíduo como uma pessoa, com diferentes qualidades, características, habilidades, responsabilidades, sem levar em conta, a raça (judeu ou grego), a posição (escravo ou livre), ou o gênero (macho ou fêmea) é um princípio básico das Escrituras (veja Gl 3.28).
2. ATITUDE HISTÓRICA DA IGREJA
A Secretaria-Geral da Sociedade Bíblica da Holanda em 1974, no Congresso em Lausanne, registrou o seguinte: “O valor pessoal das mulheres deve ser reconhecido, e seus talentos não devem ser restringidos. As mulheres em nossas Igrejas são consideradas a segunda-classe de cristãos, pois desempenham um papel somente de fazer chá e amanteigar os bolos!” Isto é verdade ainda hoje, em algumas de nossas igrejas e denominações. O papel da mulher na Igreja pode ser muito mais vasto, do que apenas servir chás e bolos amanteigados.
Leia o que disse o clérigo australiano Kevin Giles: “Para que sejamos fieis ao que Jesus inaugurou em Sua vida e morte, devemos entender que o Cristianismo destruiu as forças do pecado, anulando a discriminação que o homem faz sobre os gêneros e as raças. Jesus rompeu completamente com as atitudes costumeiras sobre as mulheres e concedeu-lhes dignidade, igualdade e responsabilidade, tal como Eva conhecia no Jardim do Éden (veja Gn 1.27-28). Se fizermos menos com nossas irmãs em Cristo, não estaremos sendo discípulos obedientes a Ele, demonstrando pouca compreensão do significado teológico de Sua vinda”.
O Arcebispo de Canterbury, Dr. Robertt Runcie comentou que: “Estudando o extenso sofrimento das mulheres e a dominação dos homens na Igreja; sinto dor e agonia por todas que com extraordinário amor, resistência, paciência e perseverança suportam tudo isso”.
Hoje, em vários seguimentos da Igreja Cristã, postula-se que as mulheres possam exercer da mesma forma que os homens, liderança ministerial e o ensino na Igreja. Assim, cremos na inspiração da Bíblia, como originalmente nos foi dada, e estamos certos de que tradicionalmente a Igreja não tem interpretado as Escrituras, como dando às mulheres estes encargos. Assim, o estudo superfícial das cartas Paulinas, onde são dadas instruções sobre a subordinação das mulheres no lar, na Igreja e sociedade, não devem servir de base para a discriminação contra a mulher na Igreja.
Quando consideramos os escritos do Apóstolo Paulo sobre questões culturais da época, seu ensino e prática devem ser vistos como uma engrenagem ajustada – ele não pode ensinar uma coisa e praticar outra. E de fato é prática de Paulo sublinhar, o caso em que ele aceita o desempenho do ministério da mulher na Igreja. Um cuidadoso estudo de Atos e das epístolas, indica que havia muitas mulheres em sua equipe apostólica, ocupando posições de liderança e sendo reconhecidas pela Igreja.
3. ATITUDE DA SOCIEDADE HOJE
Recordemos alguns dos grandes movimentos de libertação social do século XIX – que aboliram a escravidão negra e o trabalho de crianças, iniciados e sustentados pela verdade do Evangelho de Jesus. A visão da mulher e sua personalidade oculta, como expressado nas Escrituras Sagradas corretamente interpretadas, desafiam a Igreja cristã a reavaliar sua atitude em relação às mulheres em nossa sociedade atual. Assim, é de bom alvitre que rejeite toda postura machista discriminatória contra a inserção da mulher na vida e missão da Igreja. Todos nós como cristãos, sejam homens ou mulheres, somos desafiados a buscar a verdadeira semelhança com as atitudes de Cristo e seus apóstolos. Que coloquemos a Cultura do Reino de Deus acima dos preconceitos humanos.
A cultura do Reino de Deus e inclusiva e leva as Mulheres ao seu patamar de igualdade em todas as áreas humanas e espirituais. Portanto, que sejamos sim, proclamadoras desta igualdade e eleição divina, retomando nosso papel crucial de mulheres chamadas para ser e fazer a diferença. Amém. Até que Ele venha!
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