TEMPOS DE REFRIGÉRIO - @p. Jota Moura Rocha

TEMPOS DE REFRIGÉRIO

“Arrependei-vos pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham assim os tempos de refrigério pela presença do Senhor.” Atos 3.19

“Tempos de refrigério”, no contexto bíblico, referem-se a um período de descanso, renovação e restauração, proporcionado pela presença de Deus e a vinda de Jesus Cristo. É um conceito ligado ao arrependimento, à remissão de pecados e à expectativa da restauração de todas as coisas, conforme descrito em Atos 3.19-21. 
1. ARREPENDIMENTO E CONVERSÃO
1) O apóstolo Pedro exorta as pessoas a se arrependerem e se converterem - para que seus pecados sejam perdoados e para que venham tempos de refrigério pela presença do Senhor. Ele continua dizendo que Deus enviará novamente Jesus o Cristo, que é esperado até os tempos da restauração de todas as coisas. 
2)“Tempos de refrigério” devem ser entendidos - como um tempo de alívio, descanso e renovação espiritual, tanto individual quanto coletivamente, através da experiência da presença de Deus e da expectativa da volta de Cristo. É um período de esperança e restauração que se manifesta na vida daqueles que se voltam para Deus e buscam o perdão de seus pecados.
3) Arrependimento é uma exigência clara - “Arrependei- vos, pois, e convertei-vos para serem cancelados os vossos pecados.” Pedro endereçou esse sermão a um povo religioso, não a um povo pagão; a um público que acreditava na lei de Deus e observava atentamente seus rituais sagrados. Porém, a religiosidade deles não era suficiente para salvá­-los. Era preciso que se arrependessem e se convertessem. O significado de “arrependei-vos” é esclarecido pelo acréscimo de “convertei-vos”. Marshall diz que este verbo significa o ato de voltar-se do modo de vida antigo, especialmente da adoração aos ídolos, para um novo modo de vida, baseado na fé e na obediência a Deus.
2. CANCELAMENTO DOS PECADOS
1) É resultado do arrependi­mento e da conversão - Ninguém nasce salvo. Todos nascem filhos da ira. Todos precisam de arrependimento e conversão. Arrepender-se é viver, ou não se arrepender é morrer. Sem novo nascimento ninguém pode entrar no reino de Deus (João 3.3,5). 
2) Em seu sermão anterior Pedro havia expli­cado (Atos 2.14-41) - que a cruz era o lugar da intersecção entre a soberania divina e a responsabilidade humana (Atos 2.23). Neste segundo sermão, ele repete a mesma verdade (Atos 3.17,18). O arrependimento e a conversão são temas ausentes de muitos púlpitos hoje. Muitos pregadores visam entreter o povo, em vez de levá-lo ao arrependimento. Outros anunciam salvação sem necessidade de arrependimento e conversão.
3) A pregação apostólica é categórica - não há remissão de pecados por Deus, sem arrependimento e conversão genuína a Cristo.
3. UMA BENDITA PROMESSA 
1) O apóstolo Pedro proclama - “A fim de que, da presença do Senhor, venham tempos de refrigério, e que envie ele o Cristo, que já vos foi designado, Jesus, ao qual é necessário que o céu receba até aos tempos da restauração de todas as coisas, de que Deus falou por boca dos seus santos profetas desde a antiguidade. Disse, na verdade, Moisés: O Senhor Deus vos suscitará dentre vossos irmãos um profeta semelhante a mim; a ele ouvireis em tudo quanto vos disser. Acontecerá que toda alma que não ouvir a esse profeta será exterminada do meio do povo. E todos os profetas, a começar com Samuel, assim como todos quantos depois falaram, também anunciaram estes dias” (Atos 3.20-24).
2) Depois de exigir arrependimento e conversão e prometer o cancelamento dos pecados - o apóstolo Pedro, fundamen­tado no que disseram os santos profetas de Deus, anuncia agora os tempos de refrigério e restauração de todas as coi­sas. Ralph Earle explica que a palavra grega que significa refrigério aparece somente aqui no Novo Testamento, e so­mente uma vez na Septuaginta (Êxodo 8.11). Ela é usada de forma figurada em referência à época messiânica. É a grande época de alegria e repouso, que seria trazida pela vinda do Messias na sua glória. 
3) Essa restauração vem unicamente por meio de Jesus - o profeta semelhante a Moisés, anuncia­do por todos os profetas desde Samuel, o descendente de Abraão. A recusa, porém, em ouvir a Cristo redunda em condenação irremediável (Hebreus 2.2-4; 10.28,29).
4) Uma aplicação pessoal pertinente - “Vós sois os filhos dos profetas e da aliança que Deus estabeleceu com vossos pais, dizendo a Abraão: Na tua descendência, serão abençoadas todas as nações da terra. Tendo Deus ressuscitado o seu Servo, enviou-o primeiramente a vós outros para vos aben­çoar, no sentido de que cada um se aparte das suas perversidades” (Atos 3.25,26).. Pedro conclui seu sermão com uma aplicação pessoal, oportuna e poderosa, mostrando que seus ouvintes eram os filhos dos profetas e da aliança que Deus estabelecera com Abraão. Por meio de Jesus, o descendente de Abraão, todas as nações da terra seriam abençoadas. O Cristo ressurreto está agora, por meio da pregação apostólica, abrindo ao povo da aliança os portais da benção, mas essa benção só pode ser recebida pelo rompimento definitivo das perversidades. 
5) Não há promessa de salvação onde não há a realida­de do arrependimento - John Stott oportunamente diz que, ao revermos esse sermão de Pedro, notamos que ele apresenta Cristo à multidão de acordo com as Escrituras, sucessivamente como o servo sofredor (Atos 3.13,18), o profeta semelhante a Moisés (Atos 3.22,23), o rei davídico (Atos 3.24) e a semente de Abraão (Atos 3.25,26). Receba a Jesus Cristo pela fé e entre nos tempos de refrigério espiritual pela presença Dele em sua vida agora! Assim seja.

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