CR #052: A FESTA DAS TROMBETAS HOJE

Ap. Jota Moura

A trombeta simboliza uma mensagem de Deus através de um de Seus servos. "Clama em alta voz, não temas, levanta a tua voz como a trombeta e anuncia ao Meu povo a sua transgressão” (Is. 58.1). Lemos também em Ezequiel 33.4 "Se aquele que ouvir o som da trombeta não se der por avisado...  o seu sangue será sobre a sua própria cabeça”.

Em Ezequiel 33, Deus faz de Ezequiel uma sentinela para a Casa de Israel. Ezequiel é designado para falar à nação, como um alerta. Este conceito de Deus tocando a trombeta para chamar a atenção das pessoas com quem Ele está falando é encontrado novamente em Apocalipse 1.10 e em 1 Coríntios 14.8.

Você percebe a incidência do número sete na Bíblia? Falamos em sete dias, sete semanas. Agora, no sétimo mês, numa tripla sequência de sete dias, perfazendo vinte e um dias (7+7+7), encontramos as festas denominadas messiânicas: Trombetas, Expiação e Tabernáculos. Se Pesach Matzot, Bakurim e Shavuot falam do Messias ressurreto, as três últimas Festas (Zikaron Teruah, Kipurim e Sucot) falam do Messias que há de voltar, pois todas elas apontam para a preparação final, ou a volta do Messias com o Seu reino pleno.

1. CONTEXTO HISTÓRICO

1) A Festa das Trombetas era marcada por eventos especiais – Além do soar das trombetas e da oferta dos sacrifícios (Nm. 29.1-6), Israel considerava a Festa das Trombetas como um sábado sagrado. Moisés também ordenou um descanso, uma cessação de esforços para a nação de Israel. "Fala aos filhos de Israel, dizendo: No mês sétimo, ao primeiro dia do mês, tereis descanso, uma celebração com o tocar de trombetas, uma santa convocação. Nenhuma obra servil fareis, mas oferecereis oferta queimada ao Senhor" (Lv. 23.24-25).

2) O propósito principal da Festa das Trombetas – era anunciar a chegada do sétimo mês, último do ano, afim de preparar o povo para o Dia da Expiação, segundo o calendário de Israel. Após o mês de Tishrei que corresponde ao mês de setembro do nosso calendário, celebra-se em outubro o Rosh Hashaná que é o início do Ano Novo no calendário judaico. 

3) O tipo de trombeta usada era feita de chifre de carneiro – chamada de shoffar, tocado em memória do carneiro sacrificado em lugar de Isaque (Gn. 22.13). A tradição judaica ensina que Deus soprou um dos chifres do carneiro no Monte Sinai em Pentecostes e soprará o outro chifre do carneiro na vinda do Messias. Contudo, Hebreus 4.8 diz que este descanso nunca se concretizou nos dias de Moisés, nem de Josué. “Na verdade, resta ainda um descanso sabático para o povo de Deus. Porque aquele que entra no Seu descanso, ele próprio descansa de suas obras, como Deus das Suas. Procuremos, pois, entrar neste descanso, para que ninguém caia no mesmo exemplo de desobediência de Israel" (Hb. 4. 9-11). Esta passagem do Novo Testamento declara que este descanso Sabático, este descanso da Festa das Trombetas, ainda está para acontecer. Em outras palavras, em dias do Novo Testamento, ele ainda não foi cumprido. A Era da Igreja já tem mais de 2.000 anos. Creio que estamos chegando ao tempo do soar das Trombetas. É maravilhoso como o Senhor é zeloso por Sua Palavra. Agora, o Eterno deseja uma pausa: mais uma vez, uma santa convocação da congregação para que todos ouçam o toque da trombeta.

2. ASPECTO SAZONAL PROFÉTICO

1) Deus nos chama a uma preparação especial no Dia da Expiação - Esta preparação da qual estamos falando, refere-se à nossa santidade e estilo de vida separado, na graça e na misericórdia do Senhor. Neste momento, Deus quer que tenhamos a certeza de que somos crentes e filhos maduros (huios, no grego), como descrito em Romanos 8 para adentrarmos no Santo dos santos da Sua presença (Hb. 10.19-25).

2) Deus nos leva a uma chamada final de atenção para algo brilhante e eterno - A Festa dos Tabernáculos (Sucot) que se aproxima. Ele reforça o conceito de que todos estejam alertos ao sinal do retorno do Dia do Senhor (Rm.13.11-14). Todos os filhos vitoriosos precisam, então, estar preparados para o toque final da trombeta. “Cristo é nosso Sumo-sacerdote Eterno que toca a trombeta de Deus, cujo som é transformador!” (Ap 11.15).

3) O toque de trombeta nos faz passar a tropa em revista - Será que todos os membros da Igreja estão, realmente, preparados e maduros para a subida com o Senhor Yeshua Ha Mashiach, que virá em breve? Será que todos estão produzindo o fruto do Espírito? Será que todo o mundo pode ver em nós a pessoa do Messias, a esperança da glória de Deus? "Porque o Senhor mesmo descerá do céu com grande brado, à voz do arcanjo ao som da trombeta de Deus, e os que morreram no Messias ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles, nas nuvens, ao encontro do Senhor nos ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor. Portanto, consolai­-vos uns aos outros com estas palavras" (1Ts 4. 6-18).

"Num momento, num abrir e fechar de olhos, ao som da última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos serão ressuscitados incorruptíveis, e nós seremos transformados" (1 Co 15.52).

3. APLICAÇÃO PRÁTICA ATUAL

1) Iminência do toque da última Trombeta - Em Apocalipse 10.7, a sétima e última Trombeta está prestes a ser tocada. A mensagem de Deus nesta Trombeta é que o mistério de Deus está para ser cumprido. O apóstolo Paulo ensina claramente que a Igreja é o mistério de Deus (Ef 3. 2-12). O mistério é que os gentios são coerdeiros com os judeus, havendo sido unidos em Jesus Cristo. O mistério é que os judeus e os gentios cristãos estão sendo unidos e formados num só Corpo. O Corpo de Cristo tem estado em formação desde o início da Igreja no dia de Pentecoste. Ainda não foi completado, nem tampouco já foram unidos num só Corpo os verdadeiros judeus e os gentios cristãos. Quando um corpo nasce, a cabeça vem primeiro. É assim também como o Corpo de Cristo. Jesus, o Cabeça veio primeiro e o Corpo, no presente momento, está sendo completado (Jo.11.51-52).

2) Este completamento do Corpo de Cristo é o mistério - que será finalizado na Sétima Trombeta. Este é o filho de Apocalipse 12. É o Corpo com Cristo como sua Cabeça, que governará todas as nações. Daniel ilustra esta comunidade que governará chamando-a de "os santos do Altíssimo" (Dn. 7.18). Contudo, é bem claro que Jesus é o Cabeça desta comunidade (Dn. 7.14). A grande visão da estátua de diferentes materiais que Daniel explica no capitulo 2 representa os reinos políticos do mundo. É um símbolo do poder mundial dos gentios. É um corpo alternativo que não tem Cristo com sua cabeça, mas procura governar o mundo, independentemente de Deus.

3) Daniel 2.44 declara que o Reino de Deus triunfará - quando a era do governo do homem sobre a terra terminar. A cabeça deste corpo político surgiu nos dias de Daniel, com Nabucodonosor. Os pés representam a conclusão deste corpo político nos últimos dias. Deus, porém, submeterá todas as coisas sob os pés de Cristo, ou seja, sob o Corpo de Cristo. Aleluia!

Nos dias da Sétima Trombeta, o Corpo de Cristo será totalmente manifesto. Neste tempo, todos os propósitos de Deus para o Israel natural e para o Israel espiritual serão cumpridos. Com este conceito em mente, podemos examinar a Palavra de Deus sob uma perspectiva totalmente nova. É como se o véu tivesse sido removido. Por exemplo, Efésios 2.11-22 explica claramente esta unidade entre o Israel natural e o Corpo de Cristo. Romanos 9-11 também enfatiza isto, explicando a relação que entre os filhos de Abraão pela carne e pela fé em Gálatas 3. 6-14, que não nega que os filhos de Israel sejam filhos de Abraão. Ao invés, enfatiza que os que creem em Jesus Cristo tornam-se filhos de Abraão por sua fé nos propósitos de Deus em Cristo. É evidente que o espírito de sabedoria e revelação precisa vir sobre nós para que possamos compreender está verdade (Ef 1.17,18). Precisamos pedir e crer que este espírito de sabedoria e revelação operará em nossas mentes. Isto é essencial para que percebamos o que Deus está fazendo em nossos dias. Minha firme convicção é que estamos na época em que a Festa das Trombetas está sendo cumprida, em que o mistério de Deus está chegando à sua realização e à sua consumação (1Ts 4.16-18).


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