CR #064: MARCAS DE UMA IGREJA SAUDÁVEL
Adaptado por Ap. Jota Moura
“Quem
é esta que aparece como a alva do dia, formosa como a lua, brilhante como o sol
formidável como um
exército com
bandeiras?” (Ct. 7:10)
Inicialmente,
aprendamos a diferença entre a postura voltada para modelos e voltada para
princípios. Modelos são conceitos com que uma ou até muitas igrejas em qualquer
lugar do mundo fizeram experiências positivas, mas cuja imitação em qualquer outro contexto não daria certo. Princípios, por outro lado, são elementos dos quais pode-se
provar que têm validade no mundo todo para as igrejas que crescem. Como aprender de
uma igreja que cresce? O que é que as igrejas que crescem fazem de diferente?
Apresentamos a seguir, os oito princípios mais importantes que
encontramos no transcurso da pesquisa feita. *Aprendemos que nenhuma igreja que
quer crescer pode negligenciar uma só destas marcas de qualidade.
Marca # 1: LIDERANÇA CAPACITADORA
Liderança
capaz caracterizada por um ou mais líder capacitado em todas as áreas com uma
grande visão. Este líder, porém, só precisa de colaboradores voluntários que o
ajudem a colocar sua visão em prática. Liderança capacitadora é aquela liderança que se empenha em ajudar outros cristãos a chegar cada vez mais ao nível de capacidade que Deus
planejou para eles. Eles capacitam, apoiam, motivam, acompanham cada cristão,
para que se torne aquilo que Deus desde o começo planejou para eles. Um líder
capacitador pode alegrar-se de coração com isto, porque sabe que Deus
tem um chamado individual para cada cristão. Líderes de igrejas que crescem não
precisam ser astros, na verdade o modelo de “super-herói” até pode atrapalhar o crescimento da
igreja. Deus não criou ninguém como “a pessoa dos sete instrumentos”, e, se alguém exerce este papel (ou é obrigado pela igreja, que espera
isto dele), este e um sinal inquestionável de que alguma coisa está errada.
Marca # 2: MINISTÉRIOS ORIENTADOS
PELOS DONS
A
tarefa básica da liderança da igreja é ajudar os membros a descobrir os dons
que Deus lhes deu e a encontrar o ministério que combine com estes dons. Um
princípio simples, mas cuja aplicação dificilmente ficará sem consequências radicais. Se você, como cristão, viver de acordo com seus dons
espirituais, você não trabalhará mais na força própria; é o Espírito de Deus quem trabalhará em você. Assim você, como pessoa “comum”
no mais verdadeiro sentido da palavra, poderá realizar coisas fora do comum. A
maioria dos cristãos não exerce nenhuma função na igreja, ou exerce alguma que
não
corresponde aos seus dons. 80% dos cristãos que entrevistamos nem mesmo
sabem quais são seus dons espirituais. Uma pessoa que executa uma tarefa que não corresponde aos seus dons
assemelha-se a uma roda quadrada. E o cristão que não tem nenhuma função na igreja? Este talvez seja uma
das rodas redondas, das quais tantas estão jogadas dentro de uma carroça, sem
uso.
A
partir do momento em que eu me esforço em moldar meu ministério de modo
coerente com meus dons espirituais, experimento três efeitos. Em primeiro
lugar, sou uma pessoa mais feliz do que eu era antes. Em segundo lugar, sou
muito mais eficiente do que antes. E, em terceiro lugar, sou mais criticado por
outros cristãos do que antes! Talvez esta terceira experiencia seja o preço que temos de pagar, se queremos
atender ao chamado de Deus.
Marca # 3: ESPIRITUALIDADE
CONTAGIANTE
Não
importa tanto o tipo de espiritualidade (desde que ela seja autêntica!) quando a fé é exercida com devoção, fogo e entusiasmo. Pode-se
provar que o grau de consagração espiritual é o ponto que diferencia as igrejas
que crescem das que não crescem. São secundários os métodos com que se trabalha
na igreja. Em uma igreja que vive sua fé com entusiasmo, funciona praticamente
qualquer método. E vice-versa: em uma igreja que está emperrada nesta área, o
melhor método do mundo está fadado ao fracasso. De que serve o motor mais
potente do mundo, se o tanque de combustível está vazio, se falta a energia? Há
uma matéria em que nós cristãos, chegamos a um triste mestrado: descobrir
estratégias de como impedir o entusiasmo espiritual!
Marca # 4: ESTRUTURAS E PROGRAMAS
FUNCIONAIS
A
marca de qualidade “estruturas e programas funcionais” evidencia-se como a mais
controvertida. Na questão das formas e estruturas da igreja, o critério mais importante é se elas cumprem seus objetivos ou
não.
Estruturas e programas eclesiásticos jamais são um fim em si mesmos, sempre são
apenas um meio para chegar a determinado fim. Tudo o que não se enquadra neste critério (por exemplo, estruturas de
liderança que
impedem o amadurecimento dos membros da igreja, horas de culto não apropriadas,
formas de programas descontextualizadas) precisa ser mudado ou eliminado. Com
este processo contínuo de renovação, evita-se em grande parte as calcificações tradicionalistas. De onde, então, vêm as resistências contra este princípio?
Simplesmente do fato de que a maioria das pessoas e igrejas tendem a ficar mais
tradicionalistas com o tempo. O tradicionalismo defende que as formas eclesiais
devem ficar sempre como foram até agora, como está acostumado com elas.
Marca # 5: REUNIÃO DE CULTO
INSPIRADORA
Inúmeros
cristãos acham que precisam adotar certos modelos de culto de outras igrejas,
porque supostamente este é um princípio de crescimento. O culto pode estar
direcionado para cristãos ou não cristãos, pode ser celebrado em gíria de
igreja ou em linguagem secular, pode ser organizado de forma litúrgica ou livre
– tudo isto não é decisivo para o crescimento da igreja! Decisivo é outro critério:
participar do culto é uma “experiência inspiradora”? Este é o campo em que
igrejas que crescem se diferenciam claramente das que não crescem. De onde vem
a oposição contra esta marca de qualidade: de cristãos que encaram a frequência
aos cultos, antes de tudo, como o cumprimento de uma obrigação cristã. Eles não vão ao culto porque se trata de uma
experiência gratificante, que não querem perder de jeito nenhum. Vão para fazer um favor a Deus (ou
ao pastor ou quem quer que seja). Às vezes até se desenvolve o conceito de que
Deus abençoará está fidelidade em suportar com
paciência uma prática que em si é desagradável.
Marca # 6: GRUPOS DE CRESCIMENTO/CÉLULAS
Igrejas
que crescem desenvolveram um sistema de grupos de crescimento/células em que o
cristão individual
pode encontrar atenção humana, ajuda prática e intercâmbio espiritual intensivo. Estes
grupos não conversam somente sabre textos bíblicos ou escutam a exposição de um
especialista, mas agregam impulsos bíblicos às indagações cotidianas dos participantes.
Marca # 7: EVANGELIZAÇÃO ORIENTADA
PARA AS NECESSIDADES
Que
não se pode pensar em crescimento de igreja sem evangelização é evidente, mesmo
sem uma pesquisa mundial. A igreja cresce pela proclamação do evangelho, de modo que cada
vez mais, pessoas se agregam a ela confessando fé em Jesus Cristo. Este é o
processo chamado de evangelização pelos cristãos. Há quem pense que o método da
torquês é o melhor dos caminhos: tenta-se, às vezes com métodos bastantes
manipulativos, apertar as pessoas para que se decidam pela fé cristã. No
entanto, é possível provar que o método da torquês é praticamente o oposto do
que se pode aprender da prática evangelística das igrejas que crescem. Seu
segredo é transmitir o evangelho de uma maneira que vai ao encontro das
necessidades das pessoas que estão distantes da fé cristã.
Marca # 8: RELACIONAMENTOS
MARCADOS PELO AMOR FRATERNAL
As
igrejas que crescem têm um coeficiente de amor bem mais elevado que igrejas que
estão estagnadas ou diminuem. Nenhuma marca de qualidade pode faltar. É só
isto. Passamos rapidamente pelos princípios mais importantes que,
comprovadamente, estão por trás do crescimento saudável da igreja. Destas marcas de qualidade podemos dizer
com alto grau de certeza três coisas: primeiro, que se trata de princípios de validade universal (isto
é, que se aplicam a igrejas em todo o mundo). Segundo que eles podem ser
aplicados em nossa situação específica (mesmo que o resultado seja um pouco
diferente de igreja para igreja). E em terceiro lugar, que cada princípio tem
uma relação positiva com a qualidade e o crescimento da Igreja. Se queremos que
nossa igreja alcance cada vez mais pessoas, não podemos renunciar a nenhuma
destas marcas de qualidade.
Quando
olhamos os oito princípios mais de perto, constatamos surpresos ou não que cada
um deles resume conteúdos centrais da mensagem bíblica.
*Pesquisa feita pelo Instituto Christian Schwarz
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