CR #06: BABEL OU PENTECOSTE
by Ap. Jota Moura
junho/2011
(Gn 11 e At 2 – textos bíblicos amplificados)
Nestes dois textos bíblicos que tratam de Babel e Pentecoste, sempre
nos concentramos na diversidade de línguas, que tanto no AT como no NT não é o
fator principal. John Stott nos diz que: A discussão sobre a natureza da
glossolália não deve desviar nossa atenção do propósito principal, a
universalidade da graça em oposição à desobediência autossuficiente.
1. PROPÓSITOS DIVINOS
É mister ressalvar que tanto em Babel como em Pentecoste houve a
representação de todas as nações da Terra. Em Gênesis 11, Babel aponta para as
nações, pois inclui-se ali a descendência de Sem, Cão e Jafé. Em Atos 2 vemos
pessoas de todas as partes do mundo conhecido da época. O que mostra o
propósito de Deus em transcender as barreiras nacionais, raciais ou
linguísticas de Seu amor e de Se opor à ação humana de se afastar dos planos de
Deus.
A verdade fica clara ao percebermos que Deus declara seus propósitos
com a glossolália em Babel, ao prometer a Abrão, em Gn 12.3: “bênção sobre
todas as famílias da Terra”. O que Jesus ratifica em At 1.8, através da figura
do testemunho da graça em Jerusalém, Judéia, Samaria e até os confins da Terra.
O que começa a se cumprir em Pentecoste pelo derramamento do Espírito em At 2.4
a 11, sobre Judeus de todas as nações. Por isso, o paralelo entre Babel e
Pentecoste é muito interessante e significativo para entendermos a ação de Deus
na fiel consecução de seu decreto universal de derramamento da Sua graça
salvadora em Cristo.
2. PARALELOS EM CONTRASTES
Babel mostra o projeto humano de chegar aos céus por mérito próprio (Gn 11.3). Pentecoste mostra Deus trazendo os céus à terra e habitando, pelo Seu Espírito Santo, no coração dos discípulos (At 2.1-3).
Babel revela o ser humano buscando glória pessoal e autossuficiência
(Gn 11.4). Pentecoste revela Deus gerando nos convertidos a Cristo a ousadia de
testemunhar e glorificar a Deus na unção do Espírito Santo (At 2.11).
Babel relata os planos de desobediência humana coletiva para não
povoar a Terra (Gn 12.4). Pentecoste relata a intervenção sobrenatural de Deus
operando Seu plano de graça para alcançar e abençoar todas as nações da Terra
(At 2.5).
Babel ostenta o lema autossuficiente – subamos aos céus do humanismo
sem Deus. Pentecoste tremula a bandeira ensanguentada do Cordeiro de Deus que
tira o pecado do Mundo.
Babel é o prenúncio da degeneração racial do tronco Noático e a
universalização do pecado tanto pessoal como coletivo e social. Pentecoste é o
anúncio universal do cumprimento da promessa Messiânica em Cristo. Babel
desenvolve a ideia de uma federação humana materialista e distante de Deus.
Pentecoste desenha o quadro claro da manifestação do Reino de Deus inaugurado
em Cristo e inoculado nos corações dos discípulos fiéis pelo derramar do
Espírito santo.
Babel comprova que pelo esforço orgulhoso do ser humano colhe-se
línguas de confusão e dispersão. Pentecoste comprova que pela misericórdia de
Deus recebe-se línguas de entendimento, inteligência e união.
Pentecoste pode ser considerado o cancelamento da maldição de Babel. É
a demonstração do resultado da graça na vida da Igreja, o louvor de adoração e
da declaração das grandezas de Deus, da mensagem que produz salvação,
cumpridora da promessa de bênção sobre todas as nações da Terra, que une todos
no Corpo de Cristo. E cancela a confusão, a desunião e o desentendimento de
Babel.
3. ORAÇÃO POR UM NOVO PENTECOSTE
“Ó Deus revelado em Jesus Cristo, envia-nos um novo Pentecoste do Teu
Espirito Santo. Dá-nos tanto o sopro da vida espiritual como o fogo do zelo
inconquistável, até que nação após nação ceda ao domínio do Evangelho do Reino
do Senhor Jesus Cristo!
Ó tu que és nosso Deus e Pai eterno, responde-nos com, suplicamos-te!
Responde-nos tanto com vento santo como com fogo purificador e então, Te
veremos em verdade como único Deus. Tu não vens e a Tua Igreja esmorece em
fazer a Obra de evangelização. Ó que mande-nos já outra vez, o vento e o fogo
de Pentecoste. Tu os mandarás sim, quando teu povo retornar ao Cenáculo, todos
em acordo, todos crendo, todos preparados em oração de quebrantamento, entrega
e consagração. Senhor, leva-nos a esta posição de espera obediente!
Deus nosso, manda-nos de novo uma temporada de gloriosa desordem
pentecostal. Ó que venha logo um vendaval dos céus para movimentar as águas do
mar das gentes e agitar nossos irmãos encouraçados, agora tão tranquilamente
ancorados no porto seguro da igreja. Chaqualha-nos de proa a popa! Ó que Teu
fogo caia outra vez, fogo que queime toda palha e atinja até mesmo o mais
recôndito do nosso ser. Faze arder de novo nossos corações com a chama da
paixão renovada por Ti e Tua Obra! Ó que tal fogo pouse primeiro sobre os
Ministros do Teu altar e depois sobre os discípulos que estão ao seu redor.
Ó Espirito de Deus! Tu que estás pronto a operar em nós hoje, da mesma
maneira que operaste nos tempos apostólicos. Não te detenhas, rogamos-te, vem e
opera sem demora a Tua Igreja. Quebra todas as barreiras que impedem a
manifestação da Tua força e poder pentecostal. Transtorna-nos, transforma-nos ó
vento Santo! Consome todo obstáculo, ó fogo abrasador.
Não por força e nem por violência, mas pelo meu Espirito, diz o Senhor
(Zc 4.6). Amém.
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