CR #057: DIA DA REFORMA PROTESTANTE
Ap. Jota Moura
“O
justo viverá da fé.” (Romanos 1.17)
A
Reforma Protestante foi uma das inúmeras reformas cristãs que aconteceram após
a Idade Média, quando o povo começou a questionar o que era imposto pela Igreja
Católica Romana – que tomava atitudes consideradas insatisfatórias e que fugiam
dos seus princípios iniciais, fazendo-a entrar em grande contradição com a
Bíblia Sagrada.
Essa
reforma foi iniciada no começo do século XVI por Martinho Lutero, que publicou
suas 95 teses em 31 de outubro de 1517. Ele protestou em frente à igreja do
Castelo de Wittenberg, Alemanha, contra diversos pontos da doutrina da Igreja
Católica como:
•
A Igreja Católica, inicialmente, condenava o acúmulo de capitais, mas ela mesmo
fazia isso, juntando altas somas de dinheiro (geralmente dos fiéis) e possuindo
terras.
•
Começaram a vender indulgências, pregando que qualquer cristão poderia (e
deveria) comprar o perdão para os seus pecados. Lutero discordou publicamente
dessa prática realizada pelo Papa Leão X.
•
A Igreja Católica possuía muito poder político, o que naquela época não deveria
acontecer, pois o mundo estava em fase de transição do sistema feudal para
monarquias nacionais.
Rememoremos
a seguir, as cinco principais teses defendidas ainda hoje pelas Igrejas
oriundas da Reforma.
TESE 1- SOLA SCRIPTURA: SOMENTE A
ESCRITURA
1) Reafirmamos a Escritura Sagrada
é fonte única de revelação divina escrita - única para constranger a consciência. A Bíblia
sozinha ensina tudo o que é necessário para nossa salvação do pecado, e é o
padrão pelo qual todo comportamento cristão deve ser avaliado.
2) Só a Escritura Sagrada é a
regra inerrante da vida da igreja - mas a igreja evangélica atual fez separação entre a
Escritura e sua função oficial. Na prática, a igreja é guiada, por vezes
demais, pela cultura. À medida que a autoridade bíblica foi abandonada na
prática, que suas verdades se enfraqueceram na consciência cristã, e que suas
doutrinas perderam sua proeminência, a igreja foi cada vez mais esvaziada de
sua integridade, autoridade moral e discernimento.
3) A obra do Espírito Santo na
experiência pessoal
- não pode ser desvinculada da Escritura Sagrada. O Espírito não fala em formas
que independem da Bíblia. À parte da Escritura nunca teríamos conhecido a graça
de Deus em Cristo. A Palavra bíblica, e não a experiência espiritual é o teste
da verdade.
TESE 2 - SOLUS CHRISTUS: SOMENTE
CRISTO
1) Reafirmamos que nossa salvação
é realizada unicamente - pela obra mediatória do Cristo histórico. Sua vida sem pecado e sua
expiação por si só são suficientes para nossa justificação e reconciliação com
o Pai.
2) Negamos que o evangelho esteja
sendo pregado -
se a obra substitutiva de Cristo não estiver sendo declarada e a fé em Cristo e
sua obra não estiver sendo invocada.
3) O resultado da não pregação do
Evangelho é uma perda de valores absolutos - um individualismo permissivo, a substituição da
santidade pela integridade, do arrependimento pela recuperação, da verdade pela
intuição, da fé pelo sentimento, da providência pelo acaso e da esperança
duradoura pela gratificação imediata. Cristo e sua cruz se deslocaram do centro
de nossa visão.
TESE 3 - SOLA GRATIA: SOMENTE A
GRAÇA
1) Reafirmamos que na salvação
somos resgatados pela Graça de Deus - unicamente pelo favor imerecido do Senhor. A obra
sobrenatural do Espírito Santo é que nos leva a Cristo, soltando-nos de nossa
servidão ao pecado e erguendo-nos da morte espiritual à vida espiritual.
2) Negamos que a salvação seja em
qualquer sentido obra humana - Os métodos, técnicas ou estratégias humanas por si só
não podem realizar essa transformação. A fé não é produzida pela nossa natureza
não-regenerada.
3) A graça de Deus em Cristo não
só é necessária -
como é a única causa eficaz da salvação. Confessamos que os seres humanos
nascem espiritualmente mortos e nem mesmo são capazes de cooperar com a graça
regeneradora.
TESE 4 - SOLA FIDE: SOMENTE A FÉ
1) Reafirmamos que a justificação
é somente por intermédio da fé - por causa da obra de Cristo. Na justificação a retidão
de Cristo nos é imputada como o único meio possível de satisfazer a perfeita
justiça de Deus.
2) Negamos que a justificação se
baseie em qualquer mérito - que em nós possa ser achado, ou com base numa infusão da justiça de
Cristo em nós; ou que uma instituição que reivindique ser Igreja medianeira
entre Deus e os homens.
3) Não existe evangelho a não ser
o da substituição de Cristo em nosso lugar - pela qual Deus lhe imputou o nosso pecado e nos
imputou a sua justiça. Por ele ter levado sobre si a punição de nossa culpa,
nós agora andamos na fé e nos apropriamos de sua graça, como aqueles que são
para sempre perdoados, aceitos e adotados como filhos de Deus.
TESE 5 - SOLI DEO GLÓRIA: SOMENTE
A DEUS GLÓRIA
1) Reafirmamos que a salvação é de
Deus e realizada por Deus - ela é para a glória de Deus e devemos glorificá-lo sempre, razão
pela qual fomos criados. Devemos viver nossa vida inteira perante a face de
Deus, sob a autoridade de Deus, e para sua glória somente.
2) Negamos que possamos
apropriadamente glorificar a Deus - se nosso culto for confundido com entretenimento, se
negligenciarmos ou a Lei ou o Evangelho em nossa pregação, ou se permitirmos
que o afeiçoamento próprio, a autoestima e a autorrealização se tornem opções
alternativas ao evangelho.
3) Deus não existe para satisfazer
as ambições humanas
- os desejos, os apetites de consumo, ou nossos interesses espirituais
particulares. Precisamos nos focalizar em Deus em nossa adoração, e não em
satisfazer nossas próprias necessidades. Deus é soberano no culto, não nós.
Nossa preocupação precisa estar no Reino de Deus, não em nossos próprios impérios,
popularidade ou êxito. Assim, devemos glorificá-Lo em toda nossa maneira de
viver.
Neste
31 de outubro de 2018 comemora-se 501 anos da Reforma do Século XVI que
prossegue como “fermento no meio da massa humana” no Planeta Terra.
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