CR #067: CELEBRE CHANUKAH A FESTA DAS LUZES

@p. Jota Moura Rocha

“E em Jerusalém celebrava-se a festa da dedicação, e era inverno. Jesus passeava no Templo, no pórtico de Salomão”. (Jo 10.22,23).

Chanukkah, a festa das luzes é celebrada no dia 25 de Dezembro, que equivale a Kislev, comemora os eventos ocorridos na época do 2o Templo em Jerusalém, durante a era do domínio grego. Foi naquela época que surgiram pela 1o vez perseguições contra a religião judaica. Naquele tempo surgiram também as manifestações comoventes e espantosas do heroísmo judeu na total dedicação à preservação da herança de fé israelita. Aqueles acontecimentos marcaram profundamente a história judaica. O nome Chanukkah é composto de duas palavras: Chanu = descansaram + kah = valor numérico 25. Os judeus descansaram no dia 25 de Kislev, após a vitória contra os seus opressores gregos. 

1. A PURIFICAÇÃO DO TEMPLO 

Conta a história de Israel, que naquele tempo (período interbíblico), se alguém se recusasse a adorar os deuses gregos ou insistisse em praticar os ritos judaicos era morto. Em 167 a.C. houve a proibição da prática do Judaísmo pelo decreto de Antíoco IV e a introdução do culto a Zeus Olímpico no Templo de Jerusalém. Os judeus decidem resistir a esta assimilação e acabam sendo perseguidos e mortos, conforme diz em 1Macabeus 1.56-64. Sob a liderança dos Macabeus (clã que comandou a revolta), o templo e a cidade de Jerusalém acabaram libertados do domínio grego. Macabeus (hebraico: Makabim = martelos) é o nome de uma família judaica que liderou a revolta contra o domínio selêucida e fundou uma dinastia de reis da Judeia entre 140 a.C. e 37 a.C.. Seu membro mais conhecido foi Judas Macabeu, assim chamado pela força e determinação de sua liderança. Após a independência de Israel, os Macabeus deram origem à linhagem real, que governou a nação até sua subjugação pelo domínio romano em 63 a.C..

2. O MILAGRE DA MULTIPLICAÇÃO DO AZEITE

Ao acender a Menorah do Templo, verificaram que só tinham azeite para mantê-la acesa durante um dia. Contudo, o azeite durou oito dias, dando aos judeus tempo suficiente para libertar o Templo. Portanto, a festa de Chanukkah foi instituida para celebrar este milagre. Na reconquista do Templo, após a limpeza e purificação, viram na multiplicação do azeite um sinal do céu para um novo tempo de vida feliz. 

3. NASCE A FESTA DAS LUZES

Esta festa também é conhecida como Festa das Luzes por causa do milagre de multiplicação do azeite no Candelabro (Menorah) do Templo (cf. Êxodo 25.31-40)  e Festa da Dedicação por causa da reconsagração do Templo em Jerusalém. Segundo o livro dos Macabeus, a chama da Menorah permaneceu milagrosamente acesa por oito dias, tempo necessário para que eles conseguissem expulsar os profanadores do Templo e produzir um novo azeite. Como expressão de alegria e gratidão, a cidade Jerusalém foi iluminada com muitas luzes e o povo celebrou com grande alegria o livramento da escravidão e o milagre que receberam de Deus, com preces e agradecimentos pela grande vitória. Portanto, a Festa de Chanukkah comemora a restauração da soberania do povo de Israel, sob o domínio dos gregos, que queriam converte-los à cultura helênica pagã. Daí, surgiu a Chanukkiah, o candelabro de 9 hastes, como símbolo comemorativo da Festa das Luzes.

4. VISÃO CRISTÃ DA FESTA DE CHANUKKAH

A palavra Chanukkah significa dedicação, sendo a mesma raiz da palavra Chinuch, educação. Expressa ainda, consagração nas nossas relações com Deus. “E em Jerusalém celebrava-se a festa da dedicação, e era inverno. Jesus passeava no Templo, no pórtico de Salomão”. (João 10.22,23). E Jesus estava presente na festa! Na consagração do templo ao Senhor, eles precisavam acender a Menorah, tendo que preparar o óleo consagrado. Todo óleo em Israel era extraído no Getsêmani que era o lugar da prensa, da extração e da dor. Ali foi esmagada a Oliveira Verdadeira. Extrai-se quatro tipos de óleo da oliveira.  O primeiro óleo é sacerdotal - sendo um óleo fino e nobre, destinado para ungir reis de Israel, os portais, o templo e os levitas nos seus turnos. O segundo óleo é da Menorah - para iluminar as casas, a cidade e encher as sete lâmpadas da Menorah, uma para cada dia da semana. Jesus nos fala que a 

Menorah não deve ser colocada debaixo do alqueire, mas deve ser colocada no velador para que toda a casa seja iluminada. Em Mateus 5:12-16 Jesus diz que Ele é a Menorah acesa que ilumina o  mundo e nós também somos a luz do mundo. O terceiro óleo é o comestível - aquele que se coloca na alimentação, óleo de oliva que equilibra todo o organismo e não aumenta o colesterol. Jesus é a nossa Oliveira Verdadeira e nós fomos enxertados nEle. Ele é o nosso equilíbrio, o equilíbrio do organismo chamado Igreja. O quarto óleo é para fazer sabão ou graxa - para limpeza das vestes e da casa. Em Malaquias 3:1,2 o Senhor diz que o sabão do lavandeiro deixa as nossas vestes brancas. Assim, a Verdadeira Oliveira é responsável para nos dar a unção sacerdotal, manter a nossa lâmpada acesa, alimentar e equilibrar nosso organismo e deixar nossas vestes e casas limpas. Chanukkah é uma festa que aponta para o Messias. O espírito da tradição religiosa não deseja que nossos olhos sejam abertos. Ele quer nos prender ao paganismo. Esse paganismo se traduz na tentativa de deixar as festas bíblicas no esquecimento e de pegar as festas pagãs e tentar cristianizá-las. Porém, Deus abriu os nossos olhos. Não estamos mais debaixo da escuridão, pois o Senhor Jesus nos trouxe para a Sua Luz. Só terá revelação das festas bíblicas quem for ovelha, discípulo verdadeiro de Jesus Cristo. Assim seja!