CR #23: A INDÚSTRIA DA BOATARIA
por Ap. Jota Moura
O
Túmulo de Abraham Lincoln foi aberto duas vezes, conta-nos o laureado escritor
Charles R. Swindoll.
Desenterrando
Defunto
A
primeira vez ocorreu em 1887, vinte e dois anos após seu assassinato. Por quê?
Não foi para saber se ele morreu por causa do tiro dado por John Wilkers
Booth. Mas por causa de um boato que
estava atravessando o país, um rumor de que seu túmulo estava vazio. Um seleto
grupo de testemunhas observou que o rumor era totalmente falso, quando viu o
caixão ser aberto. Uma segunda vez, quatorze anos depois, o corpo decomposto do
martirizado homem foi visto mais uma vez. Agora por mais testemunhas. Pelo
mesmo motivo criado pela indústria da boataria!
A
pressão popular atingiu tal proporção, que a mesma grotesca cerimônia teve que
ser realizada. Apesar dos fortes protestos de Robert, filho de Abraham Lincoln,
o corpo deste foi exposto uma segunda vez. As autoridades sentiam que os boatos
deviam descansar de vez juntamente com o presidente da Guerra Civil.
Finalmente, seu corpo foi acomodado numa cripta em Springfield.
Boatos
São Assim
Com
uma completa falta de fatos e de uma fonte concreta, a informação é passada
adiante, criando desconforto e machucando pessoas. É como um pequeno parasita
que se alimenta do apetite doentio de pessoas desprovidas de bom senso. Gente
que encontra satisfação em caminhar por becos mal-iluminados, jogando discretas
bombas que explodem nas mentes de outras pessoas, iniciando uma série de
rumores. Tais elementos sentem-se confortáveis em serem inocentes canais de
informações incertas... nunca a fonte.
Os
chavões sempre presentes: Ouvi falar... Você ficou sabendo? Ou... Dizem por
aí... produzem segurança para o espalha-boatos.
Ouvi
falar que o Ferdinand e a Flo estão se divorciando... estão comentando que ela
o traía. Ouvi o comentário de que ela é muito fácil... e ele é um garanhão...!
Dizem
por aí que o padre Baunilha foi expulso da igreja... imagine porque?
Fiquei
sabendo que o filho deles está usando drogas... ele foi pego roubando um
supermercado.
Alguém
disse que eles tinham que se casar... às pressas porque ela... e ele bebe
demais. Comenta-se que ele finalmente conseguiu roubar a vaga de outro... e diz
que foi promovido.
Muitas
pessoas na comunidade andam tocando essa flauta! As azedas melodias são ouvidas
através de inúmeras ligações telefônicas, chamadas no rádio ou na internet...
conversas no café da manhã... nos momentos de trabalho... de confraternização após o culto ou missa...
ou numa preguiçosa noite com os amigos.
Poder
Destrutivo da Língua
A
língua é mais capaz de desenterrar assuntos, expor os esqueletos nos armários,
e espalhar os mais chocantes e escandalosos boatos do que qualquer outra
ferramenta na Terra. Transmitir para as pessoas más informações, usando a
lógica fria e explorando as emoções humanas, sem exercitar a misericórdia e o
genuíno amor cristão é infectá-las.
O
contágio acontece através da transmissão de más informações, colocações
duvidosas, atitudes erradas, opiniões e conclusões sem afeto cristão. A
infecção corrompe a relação produzindo destruição de famílias, amizades e
comunhão fraterna na Igreja.
Virose
Coletiva
Como
a indústria da boataria provoca uma virose coletiva? Simplesmente através do
colóquio de uma língua infeccionada com um ouvido fofoqueiro. Isso leva as
pessoas a crerem na má informação como sendo verdadeira baseada apenas na fonte
transmissora. Formar opiniões ou conceitos baseados em informações de
terceiros, sem averiguar os fatos. Enfocar apenas aspectos negativos da pessoa
envolvida, sem considerar sua personalidade total e sua história de vida.
Interpretar palavras e ações da pessoa difamada, como sendo confirmação
evidente. Julgar as motivações alheias, tomando por base as informações más.
Virar as costas para uma pessoa e cortar a comunhão, sem discernir seu
espírito, sem conhecer sua história e sem dar-lhe a chance de defender-se.
Atitudes
Construtivas
Recomendamos
quatro atitudes corajosas para silenciar aqueles que promovem a indústria da
boataria:
1)
Identifique as fontes por nome. Se alguém estiver determinado a compartilhar
informações que são danosas, exija que a fonte de tais informações seja
declarada.
2)
Apoie as evidências sobre fatos. Não aceite informações que sejam meros boatos.
Recuse-se a ouvir algo além da verdade irrestrita. Você deve saber que a
verdade raramente é incerta ou dissimulada.
3)
Faça a pergunta chave. Posso falar que foi você quem me contou? É incrível como
os fofoqueiros fogem depois que essa pergunta é feita.
4)
Use de franqueza. Diga firme e claro: Não gosto de ouvir fofocas. Essa
abordagem é para os mais fortes. Ela pode criar um abismo entre você e a
pessoa... mas é um modo eficiente de limitar a quantidade de lixo que chega aos
seus ouvidos.
Você
já pensou, como as pessoas seriam mais sábias e felizes, se todas usassem
sempre as quatro atitudes recomendadas acima, antes de abrir a boca para tecer
algum comentário ou passar informações negativas sobre outros? Veiculando má
informação acerca de outra pessoa, você se torna parte de um contágio virótico
mortífero! E então, por que ser um instrumento de morte e não um canal de vida
nas mãos do Senhor Jesus Cristo?
Boston/MA-USA Março 2009
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