CR #048: O MINISTÉRIO DA DIACONIA

Ap. Jota Moura

“Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu como bons despenseiros da multiforme graça de Deus”. (1 Pedro 4.10)

O termo ministro/ministério abrange a todos os serviçais da Casa de Deus, como veremos a seguir pelo exame da Bíblia.

1. NO ANTIGO TESTAMENTO

1) Meshareth uso restrito - vocábulo hebraico (na Septuaginta, leitourgos) e seus correlatos, normalmente se referem ao serviço no templo ou à ministração dos anjos (Sl. 104.4).

2) Meshareth uso geral - Josué é o servidor de Moisés (Êx. 24.13; Js. 1.1), e os criados de Salomão (I Rs. 10.5) são seus servos domésticos.

2. NO NOVO TESTAMENTO

1) Diákonos o servidor das mesas - É a palavra característica do NT, a princípio num sentido não técnico, e em Fl. 1.1 e nas epístolas pastorais, como o título de um oficial eclesiástico. Refere-se ainda ao serviço temporário ou permanente, quer realizado por escravos quer por livres; mas tem o sentido especial de servir às mesas. O próprio Cristo aparece entre os discípulos como ho diakonon ou aquele que serve (Lc. 22.27), e pode ser descrito como um diákonos da circuncisão (Rm. 15.8). Seguindo o exemplo desse humilde serviço, os maiores cristãos, à semelhança de Cristo, devem ser os ministros dos demais (Mt 20.26; Mc 10.43). Assim é que encontramos os apóstolos e seus auxiliares designados como ministros de Deus (2Co 6.4; 1Ts 3.2), ministros de Cristo (2Co. 11.23), ministros do Evangelho (Ef. 3.7; Cl. 1.7), ministros da Nova Aliança (2Co. 3.6), ministros da Igreja (Cl 1.25) ou em sentido absoluto (1Co. 3.5; Ef. 6.21).

Os sete diáconos da Igreja de Jerusalém foram apontados para servir as mesas diakonein trapezais, e sua obra primária era visitar de casa em casa e aliviar as necessidades dos pobres e enfermos. Os diáconos eram os principais agentes, mediante os quais a Igreja expressava sua comunhão mútua de serviço e a caridade de Jesus Cristo, nosso Deus Salvador e Senhor aos homens.

Febe em Romanos 16.1 é uma mulher descrita como diakonos ou diaconisa na igreja de Cencréia. As ministras ou diaconisas se desenvolveram na igreja principalmente a partir do século terceiro da nossa era (1Tm. 3.8-13).

É bom observar também que Satanás tem igualmente seus ministros (2 Co. 11.15); existe até o ministro do pecado (Gl. 2.17); e o poder secular ou poder público do Estado reputado também como ministro de Deus (Rm. 13.4).

2) Doulos o escravo de Cristo - A humildade do serviço cristão é salientado ainda mais poderosamente mediante o emprego desta palavra. Esta forma de escravo foi o tipo que Cristo assumiu (Fl. 2.7), sendo também os apóstolos designados doulos ou escravos de Cristo (Rm. 1.1; Gl. 1.10; Cl. 4.12). Assim sendo, o ministro realiza o serviço humilde de um escravo ao Seu Soberano Senhor, assim como o ministro é um doulos, um escravo de Cristo.

3) Hyperetes o remador de segunda classe - É outro termo usado para descrever o ministro do Evangelho e que passou a sig­nificar qualquer pessoa que ocu­pa uma posição subordinada. O próprio apóstolo Paulo ufanava-se de ter recebido de Cristo tal posição na galera da Igreja (At. 26.16; I Co. 4.1).

4) Leitourgos o ministro do Templo - termo aproveitado pelo Novo Testamento em sentido cristão, para designar o ministro do Evangelho de Cristo. Originalmente se referia ao servidor público, tendo então adquirido sentido religioso, conforme se emprega na Septuaginta. Dessa maneira Cristo aparece como leitourgos do templo celestial (Hb. 8.2) e os anjos são espíritos litúrgicos, isto é, ministrantes espirituais da parte de Deus aos Seus filhos (Hb. 1.14). O verbo correspondente é empregado também para identificar os pro­fetas e mestres que ministravam em Antioquia (At. 13.2).

Assim sendo, na compreensão cristã histórica sobre o ministério, quer oficial ou não, todos os cristãos são chamados de ministros na Casa (templo) do nosso Deus (1 Pe. 2.9). Um verdadeiro ministro presta um humilde e amoroso serviço a Deus, servindo em nome de Cristo a todos os seres humanos que Ele amou de tal maneira que deu Seu Filho para morrer na cruz por eles (Jo. 3.16). Amém!


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