CR #065: O PROPÓSITO ETERNO DE DEUS PARA VOCÊ!

Ap. Jota Moura

Ao confessarmos Jesus Cristo como o Senhor de nossas vidas (Rm 10.9-10), somos batizados (At 2.38) e começamos uma nova vida (2 Co 5.17). Entramos pela porta (Jo 10.10) e começamos a percorrer o caminho (Jo 14.6). Agora somos discípulos de Cristo (Jo 13.35).

Cada aspecto da vida de um discípulo deve estar compreendido nesta meta e orientado para ela - a família, o trabalho, o estudo, o dinheiro, os bens, o tempo, as decisões, os ideais, a vida. Tudo se concentra para a grande intenção da vida que é: chegar ao alvo! Há quatro coisas essenciais a considerar.

1. CONHECENDO O PROPÓSITO DE DEUS

1) Há um alvo para o discípulo de Cristo - Deus tem um propósito para nossas vidas. Em Fp 3.12-14, Paulo diz: V.12 “Prossigo para conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus. V. 14 - Prossigo para o alvo... da vocação celestial em Cristo Jesus. Deus me chamou com um propósito. Devo conhecer Seu propósito e fazer dele o alvo de minha vida. Aquele que responde ao supremo chamado fará do propósito de Deus o alvo de sua vida.

2) O propósito de Deus é ter uma família - de filhos semelhantes a Seu Filho, Jesus Cristo (Ef 1.4-5; Rm 8.29-30; Hb 2.10). Efésios 1.5 diz: “predestinados para a adoção de filhos...” e Romanos 8.29 diz: “predestinados para serem conforme a imagem do Seu Filho”. Hebreus 2.10 fala de Jesus “conduzindo muitos filhos à glória”.

3) Predestinados segundo a presciência de Deus – isso significa dar um destino de antemão, antes da fundação do mundo. Deus se propôs em si mesmo ter muitos filhos semelhantes ao Seu Filho Jesus. Deus quis segundo Seu beneplácito, segundo o puro afeto de Sua vontade, criar-nos para sermos incluídos no círculo de sua comunhão íntima com o Filho, para fazer-nos participantes de Sua Glória e das inescrutáveis riquezas de Sua herança. Segundo o desígnio de Sua vontade, quis que sejamos conforme a imagem de Seu Filho. Por Seu grande amor, antes de criar-nos, nos destinou a sermos como é o Seu Filho, para participarmos de tudo que é Seu e para gozarmos da mesma relação que Deus e Jesus possuem. Tudo isso para louvor de Sua glória.

4) Veja o desenvolvimento do propósito de Deus - (1) A criação aponta para o propósito de Deus (Gn 1.26) Deus criou o homem e a mulher à sua imagem e semelhança, para que eles, multiplicando-se, formassem um numeroso povo de homens e mulheres feitos conforme a imagem de Deus e ter assim uma família eterna com a qual realizaria Seus planos futuros. (2) O pecado foi um desvio do propósito eterno - Satanás não quer que o propósito de Deus se cumpra, por isso incita o homem à rebelião. O homem peca, perde a imagem de Deus e, expulso de Sua presença, perde a comunhão com Deus (Rm 5.12). (3) A redenção não é o fim (alvo) do propósito de Deus - mas o grande meio pelo qual é corrigido o desvio provocado pelo pecado, A redenção não é para meramente nos salvar do inferno, e sim, para que atinjamos o propósito de Deus (Jo 3.16) - Unigênito; (Ap 1.5) - Primogênito. (4) O propósito final de Deus é - ser não só o Criador e Salvador, mas acima de tudo ser Pai. Resumindo: Vemos que Deus nos criou e nos salvou para o mesmo fim, alvo e propósito, o qual é (GI 4, 6, 7,19) ct. Mt 5.48; Hb 5.13; 6.1 - “Ser perfeito como Deus”. Fixando a verdade: DEUS - Ser Pai de muitos filhos; JESUS - Ser o primogênito entre muitos irmãos; ESPIRITO SANTO - Ser testificador com o nosso espírito. SERES HUMANOS - Sermos feitos filhos de Deus e irmãos de Cristo, feitos à Sua imagem e semelhança.

2. RESTAURANDO O PROPÓSITO AGORA

1) A restauração da Imagem de Deus no ser humano - Desde o momento em que Deus propôs criar o homem, Seu desejo foi que ele fosse semelhante ao propósito criador, Ou seja, Deus pôs algo no ser humano que é semelhante a certas qualidades e atributos que se encon­tram nEle mesmo. Há muitos textos bíblicos que aludem esta semelhança (Gn 1.26-27; Rm 8.28-29; 1Co 11.7; 2Co 3.18; CI 3.10; Tg 3.9; 2Pd 1.4 - “Vós sois deuses!”). Basicamente se entende que a semelhança que o homem tem com Deus se vê em três sentidos.

2) Semelhança com Deus em sua responsabilidade moral - isto significa que o ser humano e responsável por suas palavras, por seus atos, por seus pensamentos. Deus é um ser moral. Exerce um governo moral. Ele e o responsável por todos os seus atos e dotou o homem com poder intelectual, afeto natural e liberdade moral. É da responsabilidade do homem desenvolver sua vida, com domínio próprio, na vontade de Deus, com conhecimento da verdade, com justiça, com santidade (Ver CI 3.10; Ef 4.2).

3) Semelhança com Deus em sua natureza espiritual - como Deus tem uma natureza espiritual, para que haja comunhão efetiva entre o homem e Deus. Não podemos conhecer ou perceber a Deus por meio de nossos cinco sentidos físicos, nem pelo uso de nosso raciocínio, senão por meio de sua revelação ao nosso espírito (1Co 2.10- 16; Rm 8.16; Jo 3.2-8; Pv 20.27).

4) Semelhança com Deus no exercício da autoridade - Deus é soberano sabre toda Sua criação e exerce plena autoridade. Ao criar o homem, deu-lhe autoridade (delegada, não própria), sobre certas áreas específicas da criação terrena. O homem tem de colocar-se corretamente sob a autoridade de Deus para exercer eficazmente sua autoridade sobre a esfera de sua responsabilidade (Gn 1.26; SI 8.5; Lc 7.8; 9.12). Por seu pecado e rebelião o ser humano perdeu a imagem e semelhança com Deus (embora perdure alguns vestígios desta semelhança). Deus se fez homem, na pessoa de Jesus Cristo. Jesus é a imagem do Deus invisível (CI 1.15). Deus se propõe transformar o homem a imagem de Cristo para restaurar assim à imagem de Deus no homem (Rm 8.29). Quando alguém se arrepende e se rende ao Senhor Jesus, nasce de novo na família de Deus e começa a adquirir outra vez esta formosa semelhança, a qual se irá desenvolver por meio da fé e obediência ao Senhor (CI 1.26-28 - O mistério dos séculos). Um dos instrumentos mais poderosos para formar os discípulos à imagem de Jesus é a paixão com que eles procuram formar outros à mesma imagem de Jesus (reprodução).

3. REFLETINDO A IMAGEM DE JESUS CRISTO

1) Deus quer que sejamos e vivamos como Seu Filho Jesus - (1Jo 2.6, 3.2, 3, 4.17, 1Pd 2.21). Ser manso e humilde como Jesus (Mt 11.29; Nm 12.3 manso sob autoridade); Amar como Jesus Amou (Jo 13.34, 35); Perdoar como Jesus perdoou (CI 3 - 13); Servir aos outros como Jesus serviu (Jo 13. 14-15); Ser santo como Jesus (1Pe 1.15-16); Em tudo agradar ao Pai como Jesus (Jo 17.18). Em todos os demais aspectos da vida, ser como Jesus.

2) Para que isto seja possível Deus proveu todos os meios - para que se chegue ao propósito que tem para nós. Como Deus não brinca conosco e se propôs transformar-nos à imagem de Seu Filho, podemos estar seguros que nos tem outorgado a graça, o poder e os recursos que se acham na pessoa de Jesus (Ef 1.3; Rm 8.32; 2Pe 1.3-4).

3) Todas estas graças nos são dadas pela nossa união com Cristo - (1Co 6.17; GI 3.27). Ao nos unirmos ao Senhor fomos feitos um espírito com Ele, participantes de Cristo em Sua plenitude.

4) Vejamos alguns aspectos desta tremenda verdade - Somos participantes de Sua ressurreição (Ef 2. 5-6; CI 3.1); Somos participantes de Sua exaltação (Ef 2.6; CI 3.3); Ele pôs em nós Seu Espírito Santo (Rm 8.9-11); Somos participantes de Sua natureza divino (2Pe 1.3-4); Fomos feitos filhos de Deus (Jo 1.12; Rm 8.15-16); Nos fez sacerdotes com acesso ao Pai (Ap 1.6; 1Pe 2.5-9); Nos fez herdeiros de Deus e coerdeiros com Cristo (Rm 8.17).

5) Jesus nos fez participantes de Seu ministério - (Jo 20.21); Nos fez vencedores para assentarmos no trono com Ele (Ap 1.6; 3.21). Para sermos participantes de Cristo temos uma nova vida e começamos a ter o caráter de Cristo. Agora temos uma nova mente e um novo espírito.

4. ESTILO DE VIDA DE QUEM É POSSUÍDO POR CRISTO

1) Vive e atua honrando sua vocação de ser como Jesus é Pensa e atua como pensava e atuava Jesus, porque à semelhança dele, tem um só objetivo na vida: os negócios do Pai... (Lc. 2.49). 

2) Começa a ver agora com os olhos de Jesus - Vê as pessoas que o rodeiam, desorientadas e perdidas “como ovelhas sem pastor...” (Mt 9.36).

3) Tem paixão e sacrifica-se para salvar os perdidos e pastoreá-Ios - (FI 3.10; CI 1.24). Começa agora a participar dos sofrimentos de Jesus.

4) Como Jesus faz da missão o objetivo e razão de sua vida terrena - (Mt 6.33; Mc 8.35; FI 3.7- 14). Começa a ministrar aos outros como Jesus.

5) Acredita que Deus quer ter muitos filhos - A meta da vida de cada discípulo é ser conforme a imagem de Cristo. Porém a meta de Deus, o Pai é ter muitos filhos semelhantes ao seu primogênito filho. Entre muitos irmãos - Rm. 8.29; Havendo levado muitos filhos à glória - Hb. 2.10.

De onde procedem os filhos? Dos perdidos que estão no mundo (Lc 19.10). De nossas relações, parentes e amizades. Deus quer que todos os homens sejam salvos e sejam conforme a imagem de Seu Filho (1Tm 2.4; Mt 28.19-20; Mc 16.15¬16).

6) Cuida dos negócios de nosso Pai e contribue com seus propósitos - Fazer dos “negócios do Pai” o objetivo de nossa vida terrena, significa entregarmos totalmente nossa vida à realização de Seu propósito. Isto é justamente o negarmos a nós mesmos e buscarmos primeiramente o Reino e Sua Justiça (Mt 6.33).

7) Busca a conversão dos pecadores - por palavras e por obras (Rm 15.19-20). Discipula os novos convertidos para que sejam conforme a imagem de Jesus (1Co 11.1). Edifica o Corpo de Cristo pela unidade da Igreja (Ef 4.10-12). Serve no ministério Conforme o dom de Cristo (1Pd 4.8-11).

8) Espera a Redenção dos nossos corpos - No pleroma da volta de Cristo à terra, quando nossos corpos serão transformados à semelhança de Seu corpo glorificado (1Co 15.50-54; Rm 8.17; 1Jo 3. 4). Então seremos plenamente como Ele é...

Deus está pronto para fazer-nos santos e irrepreensíveis em Cristo Jesus. De nossa parte tem que haver uma disponibilidade total, uma entrega, um quebrantamento contínuo. Deus não pode operar a Sua santidade em nós, enquanto nosso eu desejar permanecer intocado.

Não basta, porém, uma abertura esporádica, quando estamos com vontade de orar. Deus espera uma atitude permanente de submissão, de rendição, afim de que, encontre campo aberto à obra do Seu Santo Espírito. O Senhor mesmo está disposto a ajudar-nos nisso. Confiemos inteiramente nEle, entregando-nos ao Seu Espírito Santo. Amém!


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